quarta-feira, 11 de maio de 2016

Aposta em Ganso, na lentidão de Leonardo Silva e Erazo, psicóloga, pressão sobre arbitragem, premiação especial, vídeo de Robinho tripudiando. Armas do São Paulo no seu jogo mais importante de 2016...

Aposta em Ganso, na lentidão de Leonardo Silva e Erazo, psicóloga, pressão sobre arbitragem, premiação especial, vídeo de Robinho tripudiando. Armas do São Paulo no seu jogo mais importante de 2016...




Bauza estudou com riquezas de detalhes as partidas do Atlético Mineiro. Principalmente o comportamento de seu sistema defensivo. As imagens não deixaram dúvidas. Pelas observações do argentino, há um ponto franco no ótimo time de Diego Aguirre. A lentidão de sua zaga. Leonardo Silva e Erazo são jogadores excelentes pelo alto. Mas são minimamente lentos por baixo. A partida pode ser decidida por uma boa tabela, por uma infiltração surpresa, um lançamento, uma bola bem enfiada na diagonal. Para que isso aconteça, o treinador argentino fez treinamentos secretos. E vai colocar o São Paulo de maneira corajosa, forte. Com pressão alta desde os primeiros minutos da partida de hoje. Fazer do Morumbi lotado, um caldeirão. Buscar de qualquer maneira não só a vitória. Mas uma vantagem importante. Bauza sabe como o rival sabe fará a mesma coisa no Mineirão, na semana que vem. Para conseguir um triunfo que desestabilize o rival, Paulo Henrique Ganso será fundamental. Seus passes, lançamentos, enfiadas de bola para Calleri, Kelvin e Michel Bastos (ou Wesley) são o mapa da mina. Bauza sabe muito bem que Rafael Carioca, Leandro Donizete e Júnior Urso terão a missão de encaixotar o talentoso meia. Por isso que nos treinos, o foco foi a troca de passes em velocidade. Para não dar tempo de a marcação se acertar.

Kelvin atuará como ponta esquerda e Michel Bastos ou Wesley na direita. A intenção é forçar, atrair Leonadro Silva e Erazo para ajudar na cobertura das laterais. E abrir espaço para Calleri ou infiltrações pelo meio. Tiago Mendes, Bruno e Mena (ou Matheus Reis) serão peças-chave para Ganso. Opções que desarticulem o sistema defensivo atleticano. A previsão é que Aguirre apele para duas linhas de quatro, buscando os contragolpes em velocidade com Robinho e Patric (ou Huyri). Buscando Lucas Pratto. Não foi por acaso que a diretoria diminuiu as dimensões do gramado. Até 2015 media 108,25 metros de comprimento por 72,70 metros de largura. O campo passou a ter 105 metros de comprimento por 68 metros de largura. Pode parecer pouco, mas estudos mostram que facilita a marcação pressão, atrapalha os adversários do São Paulo que buscam apenas se defender.

Bauza também dedicou muito tempo nos treinamentos para bolas aéreas nos escanteios e faltas laterais. Rodrigo Caio e Maicon ficaram com galos de tanto cabecear. Nos levantamentos a ordem é dar uma blitz, com vários jogadores do São Paulo partindo ao mesmo tempo para a bola. O melhor no jogo aéreo ofensivo segue sendo Rodrigo Caio. Bauza, de maneira discreta, está usando mais do que os outros treinadores recentes algo inovador no futebol brasileiro. A psicologia. Anahy Couto está usufruindo de espaço para conversas (diretoria detesta chamar de sessões) com os atletas individualmente. Passar confiança. Usar a pressão dos torcedores a favor. Função básica dos psicólogos esportivos, que Dunga, por exemplo, rejeita na Seleção Brasileira. Ele não sabe da existência da confidencialidade entre médico e paciente. Anahy é proibida de dar qualquer detalhes para a imprensa sobre os atletas são paulinos. Denis mereceu cuidado especial. O goleiro que é muito questionado pela torcida. Tanto Bauza, quanto os companheiros de time, dirigentes. Todos fizeram questão de mostrar que confiam nele nestes jogos importantíssimos. Como não poderia deixar de ser, Leco segue uma velha ideia. A que tinha quando comandava o futebol no clube. Carlos Augusto Barros e Silva sendo foi adepto da pressão na arbitragem. Enviou à Conmebol na segunda-feira um relatório mostrando os erros dos juízes contra o São Paulo. Insistiu que o clube é perseguido. Usou como argumento três lances. O gol não dado a Alan Kardec contra o César Vallejo em cabeçada que bateu no travessão e ultrapassou a linha de gol; um pênalti não marcado na partida contra o River Plate, na Argentina, além da expulsão de Calleri, ocorrida diante do The Strongest, na Bolívia.

Leco não confessa nem sob tortura. Mas o São Paulo foi derrotado nos bastidores quanto à arbitragem. O clube defendia juízes brasileiros nestes confrontos contra o Atlético. Mas o time mineiro conseguiu impor sua vontade de árbitros estrangeiros. O colombiano Wilmar Roldan estará hoje no Morumbi. Seu nome é inesquecível. Ele expulsou Luís Fabiano, por ofensas, após a partida contra o Arsenal de Sarandí, pela Libertadores de 2013. Daí a pressão na segunda-feira. Para o clube posar de perseguido. Entre as armas que a diretoria pode oferecer para Bauza há outra tradicional. Há a promessa de um bônus especial aos jogadores e ao treinador em caso de classificação para as semifinais da Libertadores. Leco sabe muito bem que as duas partidas valem o ano do São Paulo. A Libertadores é o maior torneio de 2016. A história aponta que, desde 2006, o clube acumula sete eliminações da Libertadores. Todas por clubes brasileiros. Internacional (final de 2006 e semifinal de 2010), Grêmio (oitavas de 2007), Fluminense (quartas de 2008) e Cruzeiro (quartas de 2009 e oitavas de 2015). O Atlético Mineiro também teve esse prazer, em 2013, nas oitavas de final.

Tudo está sendo usado como motivação para uma grande vitória hoje. Inclusive um antigo vídeo de Robinho jogando tênis de mesa na Seleção. Depois de vencer Lucas, o veterano atacante tripudia. "Sempre deitei no São Paulo."
As imagens são de 2011, mas foram mostradas no Morumbi. Nesta hora, vale tudo. O principal jogador do Atlético Mineiro não será acarinhado à noite. Lugano está cumprindo seu papel. Reserva, mas o jogador que mais está incentivando o time. É o grande líder de Bauza nesta decisão. Diretoria, jogadores e técnicos se juntaram. Querem proporcionar uma noite inesquecível aos torcedores. Pelo menos 60 mil estarão lotando o Morumbi. O São Paulo era o clube que menos despertava confiança entre os paulistas. Corinthians e Palmeiras já caíram na Libertadores. O sonho segue vivo. O desejo pelo tetracampeonato do torneio predileto. Mas há um obstáculo importante, respeitável.

O Atlético Mineiro.

Só existem duas escolhas aos comandados de Bauza.

Matar ou morrer.

Mostrar que estão à altura do clube tricampeão mundial...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 May 2016 12:05:14

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