sábado, 7 de maio de 2016

Diante da omissão da corrupta Conmebol, a direção do Racing demite preparador racista. A Libertadores da América não é dominada pela selvageria por acaso...

Diante da omissão da corrupta Conmebol, a direção do Racing demite preparador racista. A Libertadores da América não é dominada pela selvageria por acaso...




Exemplo de dignidade. A diretoria do Racing não titubeou quando ficaram públicas as nojentas imagens de Juan Carlos Gambandé. O preparador físico da equipe reagiu da maneira mais baixa à eliminação da Libertadores. Ele se voltou à torcida do Atlético Mineiro e simulou estar comendo uma banana. Comparou os brasileiros a macacos. Gambadé fez pior deu entrevista à rádio argentina La Red. "Não posso fazer mais que me desculpar. Não sabem como sofre quem está do lado de cá. Minha família e eu. Me dá vontade de chorar e ir ao banheiro para ver meu filho. Tenho que aprender com isso. Parece que outras pessoas têm erros piores e pagam menos. Perder meu emprego é algo muito duro, ainda mais no momento vivido pelo país. Quando fiz aquilo, não sabia que ofenderia tanto." Sim, é isso. "Não sabia que ofenderia tanto." A Libertadores é uma competição marcada pelo estigma do "vale tudo". Ofensas racistas, provocações à honra, provocações descabidas. Como feitas pelos atletas do Nacional. Enquanto os corintianos davam entrevistas para as tevês no intervalo, fizeram questão de dar ombradas. Enquanto isso alguns, de costas para não ser reconhecidos, nos corredores do Itaquerão gritavam "macaquitos" aos negros do time de Tite. Na partida entre Nacional e Palmeiras, na primeira fase da Libertadores, em Montevidéu, um torcedor imitava macaco cada vez que Gabriel Jesus pegava na bola.

No México, enquanto o São Paulo conseguia sua classificação de forma constrangedora, perdendo por 3 a 1 e com Centuríon dando cusparada no rosto de Brambilla, algo passou desapercebido. Um torcedor mexicano apelava para o racismo. Imitava macaco para os brasileiros. Os exemplos se acumulam. Ano após ano. A segunda competição mais importante entre clubes no mundo, a maior na América Latina segue sendo um estímulo para racistas. O motivo está na corrupta Conmebol. Com dirigentes sagazes na arte da propina, pós-graduados em enriquecimento ilícito. Mas incompetentes para as situações mais absurdas. Sinalizadores mataram Kevin Spada. Garoto de 14 anos. Da maneira mais estúpida possível. Um deles, lançado das organizadas do Corinthians, entrou pelo seu olho, esfacelou seu cérebro. O menino ficou irreconhecível. Foi uma comoção em 2013.

Mas em 2016, os sinalizadores voltaram para quase todos os estádios na Libertadores. No Morumbi, contra o Toluca, foi absurdo. Pior só no Itaquerão, contra o Nacional. Eles dominavam as mesmas organizadas corintianas. De onde um deles, há três anos, ceifou a vida de Kevin Spada. A Conmebol foi fundada em 1916. Só no dia 20 de dezembro de 2012 anunciou que, em 2013, criaria o seu Comitê Disciplinar. 97 anos depois de sua criação. Até então, as questões judiciais eram decididas por seu comitê executivos. Presidente e seus assessores decidiam o que fazer e, principalmente, o que não fazer. De acordo com a força política do clube, nenhuma atitude era tomada.

Mas este Comitê Disciplinar continua omisso, incoerente, manipulável. Os dirigentes se calam. Não querem regras claras, firmes, exemplares. Sabem o que suas organizadas são capazes. Como a do Boca Juniors. Chegar a jogar gás pimenta com os jogadores do River Plate, em 2015. E como o Boca é dos clubes mais fortes da Conmebol, a ultrapassada Bombonera não foi interditada por um ano, como sonhavam os puristas. A punição seria de apenas oito jogos sem torcida do Boca.
Mas a direção da Conmebol teve a desfaçatez de reduzir a pena. A desculpa esfarrapada: como a Conmebol estava comemorando o seu centenário este ano, daria como presente aos clubes a redução das penas mais pesadas. O grande beneficiado foi o Boca Juniors. Os argentinos ficaram duas partidas sem torcedores. Quando um preparador físico se sente à vontade para comparar milhares de brasileiros a macacos. E pior, não sabia que ofenderia tanto, há motivo. O FBI e o Departamento de Segurança dos Estados Unidos provaram. A Conmebol é o berço da corrupção, das negociatas no futebol da América do Sul. Quem está desviando, roubando milhões de dólares não se preocupa com racismo, gás de pimenta, violência. Que os torcedores, jogadores e dirigentes se matem. A preocupação dos "dirigentes" é manipular, agradar os clubes poderosos para se manter perto do dinheiro. O exemplo vem de cima. Não é por acaso que três ex-presidentes da Conmebol estão presos. Enquanto essa filosofia prevalecer, nada espanta. A não ser a postura digna da direção do Racing. Porque se dependesse da Conmebol, Gambadé estaria tranquilo. Imitando macaco a cada brasileiro que encontrasse no caminho. Ele aprendeu que é assim. Não viu ninguém pagar de verdade por ser racista no futebol. Esse é o papel da justiça. Punir para dar o exemplo à comunidade. Em todo mundo civilizado. Menos na Conmebol e nos tribunais esportivos da América do Sul...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 07 May 2016 09:03:37

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