terça-feira, 19 de julho de 2016

A medalha de ouro do Brasil dependerá de como Neymar se encaixará no elenco. Sua chegada traz mais tensão do que alegria. Sozinho, ganha mais do que todos os convocados. E a Comissão Técnica. Juntos. É 'a' celebridade...

A medalha de ouro do Brasil dependerá de como Neymar se encaixará no elenco. Sua chegada traz mais tensão do que alegria. Sozinho, ganha mais do que todos os convocados. E a Comissão Técnica. Juntos. É 'a' celebridade...




Teresópolis... Depois do vexame da Copa do Mundo de 2014, nada de festa. Painéis pelas ruas, caricaturas de jogadores, tietes ensandecidas nas ruas. A vergonha ainda domina a Granja Comary. A Seleção Olímpica começa a se reunir para a obrigatória medalha de ouro. Imposição feita pelo abalado presidente da CBF, Marco Polo del Nero. Tite foi mais esperto e menos ganancioso do que Vanderlei Luxemburgo, Mano Menezes e Dunga. Deixou o treinador do time sub-20, Rogério Micale, ficar com o cargo. Se o Brasil vencer, muitos verão a influência do novo treinador da Seleção. Se perder, ele não teve nada a ver com isso. Manobra bem feita do ex-corintiano. E aqui, o que deveria ser o motivo de maior confiança, é o de maior preocupação. Como domar o ego de Neymar? Essa é a grande pergunta que domina Micale.

Ainda mais depois da notícia que acaba de ser divulgada. O melhor jogador brasileiro da atualidade não ficou nem entre os dez principais da Europa. Para os apressados que podem responder que ele foi prejudicado por não disputar a Eurocopa, Messi e Suarez nasceram na América do Sul. E fazem parte da lista. Na verdade, o argentino não pode incomodar, já que é cinco vezes melhor do mundo. Já a presença do uruguaio pode incomodar. Os oito jogadores restantes são Cristiano Ronaldo, o grande favorito, Bale, Buffon, Griezmann, Kroos, Neuer, Muller e ninguém menos do que Pepe. Neymar tem fixação por listas de melhores. Sua obsessão para permanecer no Barcelona é chegar a melhor do mundo. Ele e o pai acreditam que está no melhor time para o grande sonho de sua carreira. Ter sido deixado de lado desta importante eleição da UEFA, só perde para a Bola de Ouro da Fifa, vem em péssimo momento. Micale está sendo pressionado por todos os lados para tomar a braçadeira de capitão de Neymar. Dunga já havia chegado à essa conclusão. Falta liderança, maturidade para o atacante nos momentos de grande dificuldade.

Dunga iria fazer um rodízio da tarja. Neymar já havia sido preparado por Gilmar Rinaldi. O ex-coordenador da Seleção não queria conflito com a estrela brasileira. O que poderia implodir o clima na disputa da Olimpíada. Neymar já estava preparado. Nas entrevistas mais recentes, ele fez questão de mostrar desapego à importante função. Na verdade, deixou claro que ainda não entende a importância de ser o capitão da Seleção Brasileira. "O que eu quero é jogar e ser feliz dentro de campo, cada um sabe de sua função dentro do time. Não tem essa de dizer que uma faixa importa mais ou menos. É claro que fico honrado de carregá-la, mas isso é o de menos. Não é por usá-la que vou ser melhor que alguém. Outro que não esteja com ela no braço pode ser líder em campo também." Carlos Alberto Torres, capitão da Seleção Brasileira de 1970, é direto. "Se fosse o técnico, a primeira medida seria pedir ao Neymar que tivesse a humildade de devolver a faixa de capitão para o treinador escolher outro jogador. Não combina com ele. O Pelé nunca foi capitão, nem o Garrincha, o Ronaldo Fenômeno ou o Rivaldo ou o Nilton Santos. Por que o Neymar tem que ser capitão da seleção brasileira?" "Ele não é líder. Não pode ser capitão do Brasil. Tem de ficar livre para poder jogar futebol. Pensar só nas jogadas, nos dribles. Fazer o que sabe. Cada um na sua", repete Cafu.

Micale está disposto a fazer de Fernando Prass, experiente goleiro, que acabou de fazer 38 anos, o capitão da Seleção Olímpica. Essa possibilidade é enorme. E o treinador já teria até começado a trabalhar com toda delicadeza em direção desta atitude. Na semana passada, telefonou a Neymar. Ele já teve uma prévia do que chama de conversa "homem com homem" com o principal jogador da Seleção. Na pauta, mostrar o quanto o Brasil é dependente do seu futebol. E quanto o país precisa recuperar as conquistas para trazer de volta o torcedor. Para isso, Neymar é mais do que fundamental. Só que jogando para o time, não para ele. Tentando dar shows individuais, como fez nas últimas partidas com a camisa da Seleção. Sem a menor sombra de dúvida, Neymar hoje é mais motivo de tensão do que alegria, estímulo, confiança por ter tanto talento com a camisa do Brasil. Seus vencimentos mensais, cerca de R$ 6 milhões, são suficientes para pagar o salário de toda a Seleção Olímpica e toda Comissão Técnica. Isso não é brincadeira. Até para os jovens atletas que atuarão seu lado pela primeira vez, Neymar é uma celebridade.

A sinergia entre o jogador é o time precisa ser perfeita para a conquista que todos esperam. O Brasil é disparado o país que mais leva a sério a conquista da medalha de ouro olímpica. Antes era apenas uma questão boba de orgulho. Agora, não. Seria o símbolo do recomeço. De vida nova. Ainda mais na primeira eliminatória para a Copa do Mundo que o Brasil está realmente ameaçado de não conseguir classificação. A vitória de Micale seria a vitória de Tite. E Neymar está profundamente ligado nesta equação. Se a Seleção principal depende dele... A Olímpica ainda muito mais. Começa hoje, aqui em Teresópolis, a convivência. Não as fotos, as selfies com sorrisos forçados. Mas o dia a dia de verdade. Todos estão tensos. Querem saber como chegará Neymar. A celebridade que pode levar o Brasil ao céu. Ou ao inferno nesta Olimpíada...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Jul 2016 11:39:34

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