segunda-feira, 25 de julho de 2016

O Cruzeiro dá uma lição de amadorismo. Demite Paulo Bento, que nunca deveria ter sido contratado. E quer de volta o treinador que virou as costas ao clube pelo dinheiro da China. Comprometeu todo o trabalho em 2016. Mano Menezes...

O Cruzeiro dá uma lição de amadorismo. Demite Paulo Bento, que nunca deveria ter sido contratado. E quer de volta o treinador que virou as costas ao clube pelo dinheiro da China. Comprometeu todo o trabalho em 2016. Mano Menezes...




"Só aceito um treinador europeu comandando a Seleção se passasse pelo que a gente passe. Enfrentasse o nosso calendário. Disputasse o Campeonato Brasileiro. Sofresse o que a gente sofre. E se desse bem. Aí, eu aceitaria." A ironia é de Muricy Ramalho, feita em 2011. Quando ele nem sonhava que técnicos europeus aceitariam o risco. Como o ex-treinador da Seleção Portuguesa, Paulo Bento, que atravessou o Oceano Atlántico. Veio ao Brasil. E assumiu o Cruzeiro. A diretoria fez grande festa. Ofereceu um contrato até o final de 2017. E em 61 dias, o demite sumariamente. O Cruzeiro faz campanha vergonhosa. Está em penúltimo lugar no Brasileiro. Os 17 jogos que Bento fez no comando do clube pouco ajudaram. Foram seis vitórias, três empates e oito derrotas. Apenas 41,7% de aproveitamento. Bento ganhava R$ 400 mil mensais. Mais do que na Seleção Portuguesa, que pagava cerca de R$ 300 mil. A escolha do português se mostrou completamente equivocada. O técnico não tinha a menor ideia do que encontraria no Brasil. O pouco tempo de treinamento. O calendário sufocante. A pressão para a recuperação imediata do clube.

Os dirigentes cruzeirenses se deixaram levar pelo status de "ex-treinador de Portugal na Eurocopa de 2012", responsável por conseguir deixar o time entre os semifinalistas. Após o resultado, Bento teve seu contrato renovado até esta Eurocopa, de 2016. Só que em 2014, já estava demitido. Após uma derrota para a Albânia, em plena Portugal. O resultado é considerado dos grandes vexames da história do futebol luso. Paulo Bento é conhecido como um técnico estudioso. E que leva tempo para dar resultados. Nunca foi o indicado para redirecionar uma campanha com um campeonato em andamento. A dificuldade de adaptação foi clara, desde o primeiro momento. Mas o presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, o segurou o quanto pôde. Era sua obrigação. O dirigente foi o responsável pela derrocada. Tudo começou quando acreditou na promessa de Mano Menezes. O treinador revolucionaria o clube. Tinha o compromisso de montar um grande elenco em 2016. Ele chegou em setembro de 2015, no lugar do ultrapassado Vanderlei Luxemburgo. Conseguiu evitar o caminho do rebaixamento. Mas não conseguiu levar o Cruzeiro à Libertadores. Sondado pelo futebol chinês, garantiu que não iria para centros que não acrescentassem nada ao seu trabalho. Só que um mês depois de ter dado a garantia, assinou contrato com o Shandong Luneng. A imprensa mineira garantia que saiu para ganhar R$ 2 milhões mensais. Gilvan ficou sem ter o que fazer. Ou melhor, aceitou algo absurdo. Outra garantia de Mano Menezes. Desta vez que seu auxiliar Deivid estava preparado para comandar a revolução que o Cruzeiro precisava. Foi um desastre. O clube não conseguiu sequer chegar à decisão do fraquíssimo Campeonato Mineiro. Perdeu tempo. Gilvan demitiu Deivid. E tinha a certeza que contrataria Jorginho do Vasco. Passou pelo vexame de ouvir não. O mesmo aconteceu com Ricardo Gomes, que preferiu seguir no Botafogo. E Marcelo Oliveira, que optou continuar desempregado a voltar a trabalhar com a atual direção cruzeirense.

Daí a "invenção" de Paulo Bento. E agora, quem surge como o grande favorito para assumir o Cruzeiro? Sim... Ele mesmo. Mano Menezes. O técnico que foi mandado embora da China, depois de seis meses de trabalho. Tinha contrato de dois anos, mas sob seu comando, o time era penúltimo colocado no Campeonato Chinês. Os dirigente do Shandong Luneng não suportaram tamanha desonra. Milionário há muito tempo, Mano Menezes está no Caribe, de férias. Viajou feliz depois de recusar a proposta para trabalhar no Internacional. Teve o prazer de ver o presidente Vitorio Piffero voltar atrás ao que disse no final de 2014, quando ele era cotado para assumir o Beira-Rio. O dirigente disse que ele não tinha o perfil do clube. Na verdade foi um agrado em Tite, que não deu certo. O incrível futebol brasileiro consegue. O grande Cruzeiro segue tratado com improviso. Com dirigentes sem a menor convicção.

Expõem o clube ao vexame. Pressionados não só pela falta de conhecimento. Mas pelo rompimento de Gilvan e Zezé Perrella. O senador quer retomar a presidência do clube. E Gilvan sabia que precisava de grandes resultados em 2016. Só que suas escolhas foram equivocadas, péssimas. O Cruzeiro não está na penúltima colocação do Brasileiro à toa. Agora, em um atitude inacreditável, Gilvan se volta a Mano. O técnico que colocou o clube no redemoinho. Virou as costas ao planejamento para ganhar mais dinheiro na China. O Cruzeiro Esporte Clube não merecia tamanho descaso...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 25 Jul 2016 13:27:45

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