quinta-feira, 7 de julho de 2016

Cristiano Ronaldo contra Bale na semifinal da Eurocopa? Não. Portugal e País de Gales mostram que o futebol moderno vai muito além das estrelas. Que Tite tenha coragem de colocar em prática o que está enxergando...

Cristiano Ronaldo contra Bale na semifinal da Eurocopa? Não. Portugal e País de Gales mostram que o futebol moderno vai muito além das estrelas. Que Tite tenha coragem de colocar em prática o que está enxergando...




País de Gales e Portugal na semifinal da Eurocopa. Bale contra Cristiano Ronaldo? Certo? Não. Eliminações da Bélgica por parte dos galeses. E dos croatas e poloneses pelos portugueses mostram que o futebol mudou. Se não há espaço para as estrelas, os coadjuvantes precisam estar preparados. Cada vez mais, o importante é o desempenho coletivo. O futebol utiliza mais e mais conceitos do basquete, do handebol e até do rugby. Compactação, recomposição, triangulação, velocidade, atacantes que defendem como zagueiros, zagueiros com potencial para atacar, rapidez de raciocínio e treinamento intenso são mais importantes do que a genialidade. As zebras que chocam hoje o mundo têm razão de ser. Galeses e portugueses merecem disputar o privilégio de chegar à uma inédita final de Eurocopa. Chris Coleman e Fernando Santos não são gênios. Apenas conseguiram aplicar ao máximo a estratégia. Enquanto Bale e Cristiano Ronaldo chamavam a atenção dos jornalistas, eles trabalharam muito os outros jogadores. Os coadjuvantes. Portugal ainda tem menos talento individual e força física que os galeses. Mas conseguiu se segurar. Segurar os empates que o classificava. O "jogo feio" na verdade foi de muito sacrifício. De compactação, seu sistema defensivo lembrou muitas vezes uma equipe de handebol sendo atacada. O importante não permitir ao adversário se aproximar do seu gol. A defesa agressiva do rubgy. Perceber a própria fraqueza. Saber que só Cristiano Ronaldo não adianta. O importante é respeitar os limites e a força do time. Portugal alterna do 4-4-2 para o 4-1-4-1.

País de Gales é mais ousado. Porque pode. Tem mais recursos técnicos. O que ajuda à aplicação tática do time. A versatilidade do meio para a frente impressiona. Gale aceita ser apenas mais um quando o belga o sufoca. Se movimenta para um lado. E consegue abrir espaço para companheiros chegarem livres. A grosso modo, um 3-5-2. Pronto para se transformar em um 3-1-3-3. Embora possa parecer que não, País de Gales e Portugal podem servir como exemplo. Para uma modorrenta seleção que está deitada sobre os louros. É pentacampeã e acredita ainda que só o talento resolve. Por isso quando Neymar está marcado, ou em dia de estrela, o fracasso é inevitável. Estrelismo é fora do gramado. Que Tite esteja acompanhando atento à Eurocopa. Daqui a dois anos, esses times estarão na Rússia. No caminho do Brasil.

Se o treinador seguir o que Mano Menezes, Felipão e Dunga fizeram, ficar refém de Neymar, o Brasil não vai a lugar algum. Ele que tenha personalidade e firmeza para montar uma equipe moderna. Saiba aproveitar o talento, mas priorize o coletivo. O futebol de mãos nas cadeiras acabou há muito tempo. O esporte é outro. Não depende de genialidade de ninguém. Os coadjuvantes são tão importantes quanto as estrelas. Portugal e País de Gales deram mais esta lição. Assim como o Chile demonstrou em duas Copas América. Estrelismo no futebol moderno não leva a nada. Que Tite tenha coragem de enxergar...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 01 Jul 2016 19:04:51

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