sábado, 9 de julho de 2016

Sem Ganso, Bauza não tem outra solução. A não ser trocar os neurônios pelo coração. O São Paulo vai comprar a briga. Será matar ou morrer contra o melhor time da Libertadores. O perigoso e moderno Atlético Nacional...

Sem Ganso, Bauza não tem outra solução. A não ser trocar os neurônios pelo coração. O São Paulo vai comprar a briga. Será matar ou morrer contra o melhor time da Libertadores. O perigoso e moderno Atlético Nacional...




"Não podemos atacar como loucos. "Mas precisamos atacar." Este é o grande impasse de Edgardo Bauza. O matreiro treinador argentino sabe que o Morumbi estará lotado. Torcida, diretoria, clube. O São Paulo é o clube brasileiro mais envolvido pela Libertadores. Ter a chance de conquistar a competição mais desejada, depois de 11 anos, é algo que ensandeceu a todos. A ponto de gastar R$ 22 milhões mais 50% de Lucão e Inácio, avaliados em mais R$ 8 milhões, com um só jogador para disputar esta semifinal: Maicon. Bauza sente toda a pressão. E tenta dominar a empolgação, a angústia dos próprios jogadores. Seu maior trabalho está em conscientizar os atletas que a necessidade da vitória começa na organização tática. Ele sabe que enfrentará a melhor equipe entre todas que disputam a Libertadores de 2014. Reinaldo Rueda é um treinador ardiloso. Tanto quanto ele. O colombiano sabe fazer seu time ser muito eficiente tanto na defesa como no ataque. Foi assim que conseguiu a melhor campanha na competição. E nas fases eliminatórias, a eficiência acabou sendo impressionante. Na fase de grupos venceu cinco partidas e apenas empatou uma. Chegou a incríveis 16 pontos. Marcou 12 gols, não sofreu um sequer. Ganhou o privilégio de decidir as fases eliminatórias, até uma eventual final, em casa. Foi onde a equipe mostrou suas duas caras. Nas oitavas, atuou no 4-1-4-1 e segurou o Huracan em Buenos Aires. 0 a 0. E em Medellin, usou sua velocidade, atrevimento e técnica, atuando no 4-3-3, goleou por 4 a 2. Nas quartas, perdeu a invencibilidade contra o Rosario Central. Os argentinos venceram por 1 a 0, em um jogo sofrido. Na Colômbia, o troco. 3 a 1 e a classificação para a semifinal.

Nesta estúpida pausa para a disputa da Copa América Centenário, o Atlético Nacional perdeu o ótimo Copete, vendido para o Santos. Negociou também o zagueiro Davinson Sánchez para o Ajax e o volante Mejía para o Léon do México. Mas os dois só irão embora depois que terminar a participação na Libertadores. Não terá hoje o veloz Berrio, expulso contra o Rosario. A essência do futebol do Atlético Nacional é de muita intensidade, linhas flutuantes de marcação, ótimo jogo aéreo, saída pelas laterais. E jogadores de impressionante força física. E com controle emocional, mesmo atuando na casa do adversário. É uma equipe duríssima de ser batida. Perigosa nos contragolpes. Bauza disfarça em público. Mas perdeu a principal arma. O jogador que tinha certeza que faria a diferença. Com sua inteligência, habilidade, raciocínio. Capaz com um lançamento, uma enfiada de bola colocar um companheiro na cara do gol. Paulo Henrique Ganso seriam os neurônios capazes de abrir o lacre que os colombianos deverão montar à frente do bom goleiro Armani. Mas um estiramento na coxa direita acabou com sua esperança. Embora tenha testado algumas formações, tudo indica que o argentino optará pelo mais simples. E mais arriscado. Em vez da técnica, buscar a vitória usando a pressão, a marcação alta, adiantar os laterais, usar a alma do Morumbi lotado para ganhar o jogo.

Vibração e muita bola aérea. Foi o que mais treinou. Quer uma blitz na área colombiana nos escanteios e nas faltas laterais à área. Aposta em Maicon, Calleri, Ítalo e, principalmente, em Rodrigo Caio, seu melhor cabeceador. Não é a estratégia predileta de Bauza. Muito pelo contrário. Ele sabe muito bem valorizar os resultados magros, o 1 a 0. Que, por exemplo, serviu contra o Atlético Mineiro de Aguirre, nas quartas de final. Mas o veterano treinador tem a certeza que será pouco contra a melhor equipe da Libertadores. Em Medellin, os colombianos marcaram quatro gols nas oitavas, contra o Huracan e três diante do Rosário Central. Outro desfalque que o faz lacrimejar é Kelvin. O atacante vivia excelente fase. Fazia tudo o que não fez no Palmeiras. Driblava, se infiltrava na área, cruzava bem. Era o desafogo, a agilidade que perturbava as zagas adversárias. Mas um estiramento também o deixou fora da batalha. Bauza dependia apenas da resposta de Hudson. Ele estava praticamente restabelecido de contusão. Se for para o jogo, terá o versátil João Schmidt ao seu lado nas intermediárias. Wesley briga com Thiago Mendes como substituto de Kelvin. O São Paulo atuará no 4-2-3-1. Com as linhas grudadas, de tão próximas. O treinador argentino quer a marcação com raiva e responsabilidade na saída de bola do Atlético Nacional. Ele sabe que precisa vencer o jogo. Quer Ítalo versátil, hábil, inteligente ao lado do decisivo Calleri. O argentino é o mais animado atleta do elenco. Sabe que está próximo de ir para a Europa. Quer fazer história no Morumbi. Ser fundamental para a conquista da Libertadores. E artilheiro isolado da competição.

Calleri está em primeiro. Tem oito gols, como Marco Rubén, do Rosário Central; Ismael Sosa, do Pumas. Michel Bastos está liberado para chutar mais a gol. Assim que houver chance, de fora da área, está liberado para tentar. O treinador do São Paulo analisou que os colombianos deixam espaço para arremates de longe, por confiar em Armani. Nem torturado, amarrado em uma árvore de ponta cabeça. Nem assim, Bauza confessaria em público. Mas entende que esta semifinal contra o Atlético Nacional é muito mais difícil do que uma eventual decisão. A organização tática, a velocidade e a força física do time colombiano não deixam dúvidas. Se trata da equipe mais forte da competição. Melhor do que Boca Juniors e Independente del Valle, os outros dois semifinalistas. O foco para passar à final da Libertadores é tão grande que o presidente Leco não quer prolongar a situação com Ganso. Embora o atleta tenha pedido para ser negociado com o Sevilla, o dirigente disse que não aceitará menos do que 15 milhões de euros, R$ 54 milhões. Até porque o clube só tem 30% do atleta. Os 70% restantes são do grupo DIS. O interesse dos espanhóis pode desaparecer. Se Jorge Sampaoli, recém contratado, e homem que indicou Ganso, aceitar o convite para treinar a Argentina. E há uma chance menor para o próprio Bauza ser chamado para o cargo. Algo que já disse que não recusaria.

Independente destas questões, Leco prometeu premiação especial aos atletas se o time chegar à decisão da Libertadores. Ele que já investiu cerca R$ 30 milhões em Maicon. Apostou alto demais. Sabe que a conquista vale a sua reeleição. Por isso, mais dinheiro ao time. Independente da empolgação da torcida, da diretoria, dos jogadores, Bauza sabe. O São Paulo tem seu pior adversário. Precisará superar as próprias limitações técnicas. E usar o coração para vencer o temido Atlético Nacional. A melhor equipe da Libertadores. Mas não há saída. Pelo sonho do tetracampeonato. Da busca de mais uma estrela no uniforme. Será matar ou morrer. Com milhões de testemunhas...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Jul 2016 10:28:09

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