sexta-feira, 8 de julho de 2016

Com ótimas defesas, Cássio salvou no primeiro tempo. No segundo, Romero teve a melhor atuação da vida. E o Corinthians impôs uma goleada histórica sobre o Flamengo. 4 a 0. De quebra, alcançou o Palmeiras na liderança do Brasileiro...

Com ótimas defesas, Cássio salvou no primeiro tempo. No segundo, Romero teve a melhor atuação da vida. E o Corinthians impôs uma goleada histórica sobre o Flamengo. 4 a 0. De quebra, alcançou o Palmeiras na liderança do Brasileiro...




No primeiro tempo, Cássio salvou o Corinthians, com excelentes defesas. O que parecia o caminho para a inexorável derrota se transformou em uma festa. Bastaram 45 minutos para Romero estraçalhar o Flamengo. Nem parecia o mesmo jogo. O paraguaio teve a atuação de sua vida. Marcou dois gols, deu assistência e ainda participou de outro. 4 a 0 para os corintianos. O desprezado atacante fez o Itaquerão tremer. Vitória espetacular que fez o time de Cristóvão alcançar o Palmeiras na liderança do Brasileiro, com 25 pontos. "Eu só precisava de oportunidade. Agora estou estou tendo. Tai a resposta", desabafava Romero.O paraguaio, desprezado por grande parte da imprensa e da torcida, tem razão no seu desabafo. Em cinco jogos como titular, foram quatro gols e três assistências. Bem ao contrário dele, Guerrero teve outra atuação pífia contra seu clube onde era ídolo. Foi muito mal, anulado pelo garoto Pedro Henrique. Nervoso, irritadiço, "matou" vários ataques flamenguistas. Constrangedor. O jovem zagueiro corintiano se impôs como um veterano.

Antes de Romero chegar a ser o grande personagem do jogo, muita coisa aconteceu. O primeiro tempo indicava algo completamente diferente. O Flamengo de Zé Ricardo envolveu o Corinthians com uma facilidade espantosa. O treinador interino estava disposto. Tentou fazer do confronto entre os times mais populares do Brasil a sua escada para, finalmente, ser efetivado como técnico na Gávea. E deixar de ganhar R$ 10 mil mensais, salários de treinador do time sub-20. Para isso, ele arquitetou um plano que surpreendeu Cristóvão Borges e todos que foram ao Itaquerão. O Flamengo desprezaria todo o histórico de vitórias do Corinthians na sua arena. Não se importaria com o histórico de 29 partidas sem derrotas, 24 vitórias e cinco empates. Preparou seu time para conquistar três pontos. O plano tático foi muito bem feito. Marcação forte na saída de bola corintiana, intensidade tanto no ataque como na recomposição. Ter o domínio da bola. Frustrar os rivais não dando espaço para as triangulações pelas laterais. Fagner e Uendel. E ainda não deixar Giovanni Augusto respirar. Forçar os erros de passes dos rivais e jogar a torcida adversária contra o Corinthians. E estava dando tudo certo. Cristóvão Borges assistia impassível, o Flamengo dominar o jogo. Parecia que estava nas tardes mágicas do Maracanã. Encontrava espaço, liberdade para tabelas, infiltrações. A equipe esbanjava confiança. Já deveria estar vencendo, ter feito seu primeiro gol, aos 14 minutos. Isso se não estivesse Cássio pela frente. Cristóvão decidiu, mesmo com a recuperação de Walter, deixar o ex-titular absoluto corintiano como goleiro. E não teve motivos para se arrepender. O goleiro salvou o gol do Flamengo defendendo dois chutes seguidos, de Rafael Vaz e Marcelo Cirino. O time carioca tinha toda a liberdade para tocar a bola no meio de campo. Seus jogadores estavam agrupados, se impunham nas intermediárias e criavam as oportunidades. Como a dos 31 minutos, quando Ederson acertou a trave esquerda de Cássio. Cirino e Alan Patrick desperdiçaram o rebote. A torcida do Corinthians já se irritava. Alguns torcedores começaram a cobrar seus jogadores. Reclamar, vaiar, xingar. Comportamento que não é usual. Mas a explicação estava no domínio carioca. Tudo estava indo bem demais para o Flamengo. Até que aos 41 minutos, Zé Ricardo reclamou de forma exagerada uma falta de Fagner em Ederson. Héber Roberto Lopes não pensou duas vezes. E expulsou o treinador interino flamenguista. "Não falei nada agressivo. Acho que minha exclusão foi um ato covarde, não sei se ele tomaria a decisão com outro treinador. Se foi o braço que incomodou ele, bastava ele pedir para abaixar. Eu não falo palavrão na beira do campo. Ele de forma direta me excluiu", reclamava, abatido, Zé Ricardo. Sua saída do jogo teve consequências. O Flamengo já terminou o primeiro tempo nervoso, tenso. Mas seria impossível adivinhar a revolução que aconteceria na segunda etapa. Até porque, os dez primeiros minutos seguiram com o domínio dos cariocas. Com direito aos 11 minutos, um lance sensacional. Willian Arão teve toda a liberdade para descer da intermediária até a entrada da área. Serviu Guerrero. O peruado fez ótimo trabalho de pivô e devolveu a bola limpa para o meio campista. O chute saiu fortíssimo. Cássio conseguiu estupenda defesa. Quem estava acompanhando a partida tinha certeza que seria só uma questão de minutos. E o Corinthians estaria perdendo o jogo. Só que não. O futebol mostrou porque é dos esportes mais imprevisíveis e emocionantes. Um mero escanteio mudou tudo. Eram 14 minutos. Marquinhos Gabriel levantou Bruno Henrique desviou, Balbuena mergulhou de cabeça, Jorge salvou. Mas a bola sobrou livre para Romero estufar as redes. Em uma das maiores injustiças deste Brasileiro de 2016, Corinthians 1, Flamengo 0. Inacreditável. O gol teve efeitos colaterais fulminantes. Desmoronou a confiança e a estratégia flamenguista. Recuperou a autoestima corintiana. O time de Cristóvão Borges passou, empurrado pela torcida, a pressionar, encurralar o tradicional adversário na sua área. O massacrado passou a massacrar. Tudo ainda ficaria melhor quando Cristóvão tirou Luciano, pouco produtivo, e colocou Guilherme, o rebelde que havia reclamado da reserva. Ele entrou onde rende mais, atuando à frente. Muito mais atacante do que meia. Bastaram nove minutos em campo e justificou a troca. Romero dominou a bola, atraiu a marcação. E serviu Guilherme. O chute foi preciso, no canto de Muralha. Corinthians 2 a 0.

Os jogadores do Flamengo abaixaram de vez a cabeça, derrotados. Estava claro que os corintianos se aproveitaram. E aos 34 minutos, Romero, livre deu um chute fortíssimo, Muralha rebateu. A bola caiu nos pés de Rildo. O atacante que voltava ao time depois de dez meses contundido, marcou. Foi, merecidamente, objeto de muita festa. 3 a 0, Corinthians. O Itaquerão já virara palco de grande festa. Só que a humilhação não havia acabado. Aos 43 minutos, Rodriguinho fez ótima arrancada e serviu Romero. O chute saiu perfeito de perna esquerda, cruzado. Indefensável para Muralha. Placar clássico de goleada: 4 a 0.

A felicidade da diretoria era tanta que Roberto de Andrade confirmou. O Corinthians está perto de contratar o lateral direito Gilberto da Fiorentina. Ele começou no Botafogo, passou pelo Inter. Comprado pela Fiorentina, estava emprestado no Hellas Verona. O presidente também garantiu que Pato voltará a treinar na terça-feira. "Se o Pato quiser, eu o coloco neste time", dizia, o festejado Cristóvão. O técnico estava especialmente feliz com a goleada. E com alcançar o rival Palmeiras na liderança do Brasileiro. Em 2015, ficou apenas 18 partidas no Flamengo. Foi demitido sem a menor consideração. "O trabalho do Corinthians nesse ano era remontar a equipe, diferente do ano passado. É necessário que as coisas caminhem bem, ajuda bastante. Porque precisa de afirmação, confiança. Com essas vitórias, e uma vitória como essa, foram muito importantes. A de hoje é significativa", celebrava. A alegria era do treinador era muito especial. Só menor que raivosa euforia de Angel Romero...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Jul 2016 18:02:42

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