segunda-feira, 18 de julho de 2016

Calleri. Seis meses bastaram. O São Paulo ganhou um novo ídolo de verdade. Cumpriu sua missão. E vai buscar o reconhecimento na Europa. E jurou: um dia volta...

Calleri. Seis meses bastaram. O São Paulo ganhou um novo ídolo de verdade. Cumpriu sua missão. E vai buscar o reconhecimento na Europa. E jurou: um dia volta...




Vinte e dois anos. Mas uma postura matura, determinada, de quem sabe não apenas o que quer da vida. Mas o que significa para um argentino vir e, em apenas seis meses, se tornar ídolo de um clube tricampeão mundial. A passagem de Calleri pelo Morumbi foi impressionante. Marcou 16 gols em 31 partidas. Sai como artilheiro isolado da Libertadores. Não deixou saudade alguma de Luís Fabiano. Pelo contrário. Mostrou que é possível um atacante definidor ter raça, enfrentar os zagueiros, discutir com o árbitro. Dar "a vida", como costuma falar, por uma vitória. Mas sem a necessidade de agredir ninguém. Sem dar entradas maldosas, traiçoeiras. Apenas jogar futebol, lutar em cada bola dividida como se fosse a última, a decisiva. Conselheiros lamentam demais que o clube tenha gasto R$ 22 milhões e mais 50% de duas promessas por Maicon. Mas não iria adiantar. Apesar da inesperada ligação com o São Paulo, o amor da vida de Jonathan Calleri é, e sempre foi, o Boca Juniors. E ele abandonou a Bambonera porque tem a convicção que será um grande atacante "internacional", como se referem os argentinos. Quer vencer na Europa. Foi moldado para isso. Está na sua formação como garoto no All Boys.

Com essa convicção virou as costas ao Boca, no melhor momento. Quando desfrutava da companhia de Carlitos Tevez, com quem conversou muito. Principalmente sobre usar o futebol brasileiro como trampolim para a Europa. Ele lembrou em detalhes do seu tempo no Parque São Jorge. E, entre o Atlético Mineiro, que tentou primeiro o seu empréstimo de seis meses, e o São Paulo, o ex-corintiano indicou o Morumbi. Por causa da visibilidade. Calleri não tem do que se arrepender. Muito menos o grupo de empresários que o comprou do Boca Juniors com a promessa de encaixá-lo na Inter de Milão. Se não for possível colocá-lo no clube italiano, não faltarão equipes interessadas. Até porque o jovem atacante teve seu desejo de disputar a Olimpíada confirmada. O Atlético de Madrid não liberou Luciano Vietto. E Calleri herdou a vaga. Na despedida do São Paulo, o jogador mostrou sua determinação. Garantiu que vai cumprir a missão. Se mostrar para as grandes clube que ainda tenham dúvida. Ele foi até a Itália para tirar passaporte europeu. E que possa jogar como comunitário e não estrangeiro. Mas ele está partindo do Brasil de uma maneira que não esperava. Apaixonado pelo São Paulo. Conversou muito com Leco e prometeu que quer repetir Lugano. Um dia, daqui a alguns anos, não repetirá Tevez. Antes de ir para o seu amado Boca Junior, fará a despedida do São Paulo. As emoções que viveu nestes seis meses de Morumbi mexeram com o argentino.

A solidariedade no momento mais difícil. A morte do melhor amigo, Sebastian Vladisauskas, em Buenos Aires. Apenas 23 anos, não sobreviveu a um grave acidente com uma moto. Vlad, como o chamava, veio ao São Paulo. Tirou foto com seus companheiros, Lugano e Ganso. Usou sua camisa número 12 no Morumbi, no jogo contra o River Plate. Ir ao funeral de Vlad foi algo terrível a Calleri. Mas a acolhida quando chegou arrasado da Argentina foi inesquecível. Não se imaginava um dia cercado por brasileiros o apoiando. A visceral homenagem ao amigo no gol contra o Vitória.

Não foi tão solitária quanto imaginava. Logo estava coberto de abraços. Também outra situação sequer imaginada. Ter uma música feita por uma torcida de são paulinos só para ele. Tudo isso mexeu demais com o garoto de 22 anos. E criou uma ligação sincera, verdadeira com o São Paulo. Ele vai, com a certeza de missão cumprida. Mas com a convicção que um dia voltará...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 Jul 2016 20:02:05

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