quinta-feira, 21 de julho de 2016

Nem com a Polícia Federal prendendo brasileiros ligados ao Estado Islâmico, a segurança da Seleção Olímpica aumenta. Jogadores milionários seguem treinando na desprotegida Granja Comary. A responsabilidade é da CBF...

Nem com a Polícia Federal prendendo brasileiros ligados ao Estado Islâmico, a segurança da Seleção Olímpica aumenta. Jogadores milionários seguem treinando na desprotegida Granja Comary. A responsabilidade é da CBF...




Teresópolis... Neymar, 100 milhões de euros, R$ 360 milhões. Gabriel Jesus, 40 milhões de euros, R$ 144 milhões. Marquinhos, 30 milhões de euros, R$ 108 milhões. Felipe Anderson, 19 milhões de euros, R$ 68 milhões. Gabriel, 15 milhões de euros. R$ 54 milhões. Mais o restante da Seleção Olímpica chega perto dos R$ 850 milhões. O Brasil é o único pentacampeão do mundo. A revelação da prisão de um grupo brasileiro ligado ao Estado Islâmico, que preparava um atentado durante a Olimpíada teria de mudar a rotina na granja Comary. A segurança envolvendo a valiosa e simbólica Seleção Olímpica segue sendo leve demais. Incompreensível para o momento. Na primeira barreira, costumam ficar não mais do que cinco policiais. Na segunda, dois seguranças, que trabalham no condomínio que abriga a concentração. Não há aparelhos de raios X ou detectores de metais nas duas barreiras. A CBF espalhou aos jornalistas que agentes contratados pela empresa destacada para proteger a Seleção estariam infiltrados, disfarçados. Entre os torcedores que se aglomerassem à entrada principal da concentração. Só que não há interesse algum da população. Sem torcedores, sem agentes infiltrados.

Nos alojamentos dos atletas há seguranças. A CBF não revela o número. Mas, mesmo de longe, é possível observar que não é um grande grupo. Uma situação gravíssima é quando os atletas estão treinando. Qualquer dos campos da Granja Comary fica à vista dos condomínios que cercam a concentração. Os jogadores podem ser observado tranquilamente a olho nu. Quanto mais em alças de mira de fuzis. Se pensar a sério, a concentração que já é ultrapassada, se torna completamente desprotegida diante de atiradores. Até porque a concentração fica em uma região alta, cercada de morros, montanhas. Quem quiser subir e ver os milionários atletas treinando, pode enxergá-los. Ainda mais com uma lente de aumento. Sem ser importunado por ninguém. Apesar do anúncio da prisão dos terroristas brasileiros de hoje, não há qualquer movimentação diferenciada na Granja Comary. O treino está marcado para a tarde, rotineiramente. A segurança da Seleção Olímpica, apesar da possibilidade de ataque de grupo extremistas é muito menor do que, por exemplo, na Co

pa do Mundo. Várias famílias assistem aos treinos de suas varandas. Sem a menor preocupação dos seguranças. A vida segue por aqui como se nada demais estivesse acontecendo no planeta. E não estivessem reunidos atletas valiosíssimos. E, infelizmente, alvos em potencial de terroristas. Há uma estranha convicção que nada de mal pode acontecer. Atentados estão longe do dia-a-dia brasileiro. Só isso pode explicar esse aparente desleixo com a segurança. A situação é seria. O alerta foi dado pelo Ministério da Justiça. Mas ainda não chegou em Teresópolis. Seguranças não foram orientados a mudar seu comportamento. Não tive nem a necessidade de abrir a minha mochila. Outros jornalistas também não foram revistados. São cerca de 150 credenciados, entre repórteres, câmeras e fotógrafos. Todos carregando seus equipamentos. Computadores, gravadores, máquinas fotográficas com enormes lentes. A falta de revista nas mochilas e mesmo nos jornalistas é uma enorme falha. O que parece simpatia, na verdade é um risco. Se entre nós, estivesse infiltrado um terrorista, seria terrível. Acompanhamos os treinos há cerca de dez metros dos jogadores.

Dá até medo do que poderia acontecer. Além disso, há as entrevistas coletivas. A imprensa fica à vontade com jogadores em uma tenda com os atletas, treinadores. Como somos poucos, devido ao fracasso na Copa, tudo é à vontade. Não seguranças acompanhando nossas entrevistas. A possibilidade de acontecer atentados nunca foi levada realmente a sério na Granja Comary. Se fosse, o time olímpico não estaria aqui. Os campos ficam absolutamente expostos aos condomínios e aos morros de Teresópolis. Serão nove dias aqui em Teresópolis. Os jogadores chegaram no dia 18 e vão para 27 para Goiânia, disputar o amistoso contra o Japão, dia 30. Não há envolvimento da organização dos Jogos Olímpicos com a segurança da Seleção. Pelo menos até começar a competição, em Brasília. A partir daí, os jogadores terão a proteção da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge). Pelo menos é essa a promessa. Algo precisa ser feito aqui na Granja Comary. A Polícia Federal informa que prendeu um grupo amador ligando ao Estado Islâmico. E que ele estava tentando comprar armas pela Internet. E qualquer fuzil tem alça de mira. Capaz de acertar uma maça a centenas e centenas de metros. Ainda há a possibilidade, outra vez por simpatia, de abrir um dia de treino para os moradores de Teresópolis. Torcedores poderiam ficar perto, ter contato com os jogadores. Como na Copa. Com direito a selfies, autógrafos. Dois anos mudaram muita coisa, mas há quem não consiga enxergar.

É uma questão de segurança. Melhor errar pelo excesso do que fingir que nada acontece. Que não existe Estado Islâmico. Que o Brasil é a França, os Estados Unidos, a Bélgica. O alerta foi dado pelo Ministério da Justiça. Que Marco Polo del Nero o ouça. Por enquanto a responsabilidade da Seleção Olímpica é da CBF.

Até começar a competição.

Qualquer coisa que acontecer com os jogadores é sua responsabilidade.

E a segurança não está à altura do momento grave que o mundo vive...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 21 Jul 2016 14:30:14

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