segunda-feira, 25 de julho de 2016

O lastimável caso Valdivia. Palmeiras não vai pagar um real dos R$ 15 milhões exigidos pelo investidor, fundamental na compra do chileno. Briga na Justiça só expõe o clube ao ridículo...

O lastimável caso Valdivia. Palmeiras não vai pagar um real dos R$ 15 milhões exigidos pelo investidor, fundamental na compra do chileno. Briga na Justiça só expõe o clube ao ridículo...




Lição para os investidores no futebol brasileiro. Como dizem os publicitários, um "case inesquecível". Valdivia, Palmeiras e Osório Henrique Furlan Júnior. Situação bizarra, que está nas mãos da Justiça. E com imensa probabilidade de Osório não ver sequer um real dos R$ 15 milhões que reivindica. Em 2010, Luiz Gonzaga Belluzzo conseguiu, por 6 milhões de euros, realizar seu maior sonho como presidente do Palmeiras. Repatriar Jorge Valdivia. Mesmo com o clube vivendo grandes dificuldades financeiras, decidiu investir no meia. Parcelou os pagamentos. Mas só efetivou a transação, quando Furlan, conselheiro vitalício, resolveu colocar 2,2 milhões de euros do próprio bolso. Cerca de R$ 6 milhões na época. Ele passou a ser dono de 36% dos direitos do atleta. Belluzzo agradeceu publicamente. Só que em conversas particulares, tentou convencê-lo a não colocar esse dinheiro. Deixasse apenas o clube bancar a aposta. Só que Furlan não quis ouvir os conselhos. Pelo contrário, acreditou estar fazendo um grande negócio. Só que não contava com o comportamento de Valdivia. Após assinar um contrato de cinco anos, recebendo entre luvas e salário, R$ 500 mil mensais, ele mudou. Se acomodou. Passou a ter lesões comuns, mas que levavam o dobro, o triplo de tempo para recuperação. Médicos palmeirenses alegavam que ele não se cuidava. Mesmo contundido ia para festas e tomava bebidas alcoólicas que prejudicavam a ação dos medicamentos.

Seu desempenho em campo também não correspondia às expectativas imensas de Belluzzo. Agentes representando grandes clubes europeus logo se desanimaram. E o meia logo deixou de interessar. Estava claro que não seria vendido com lucro. Muito pelo contrário, o tempo foi passando e Osório se desesperando. Estava ficando claro que não teria o retorno do dinheiro investido. Quanto mais cobrava pela imprensa, mais Valdivia o odiava. A situação se arrastou por cinco anos. Até que o meia foi para os Emirados Árabes "de graça", com o contrato terminado. Furlan ficou possesso. Cobrando R$ 15 milhões do Palmeiras. Exige todo o dinheiro que investiu corrigido e ainda multa de R$ 5 milhões por quebra de contrato. Segundo ele, clubes árabes quiseram comprar Valdivia e o Palmeiras não quis vender. O investidor procurou diversas vezes Paulo Nobre. E o presidente com grande conhecimento do mercado financeiro, foi direito. O conselheiro fez um investimento que não deu certo. Era um "investimento arriscado". Perdeu. Há algo por trás na intolerância mútua. Nobre foi colocado na presidência do clube graças a Mustafá Contursi. Ele é inimigo mortal de Belluzzo. Ou seja, Furlan sente que está sendo prejudicado também por causa da política interna palmeirense. A ação na justiça se tornou pública. É é deplorável. O conselheiro acusa os dirigentes. Assegura que agiram com má fé, tanto no momento da tomada do dinheiro (com Belluzzo), como na atual diretoria de Nobre. Os acusa de "desídia", que é falta de atenção, negligência. Ao executivo de futebol, Alexandre Mattos, mais ódio. O classifica com bazofeiro. Pessoa que megalomaníaca que aumenta os seus feitos. Diz que Mattos, com pouca experiência, que foi ludibriado pelo pai do atleta. E o fez perder dinheiro.

Vai além, alegando que Mattos "humilhou" Valdívia. Lembrou que já fez proposta para comprar todo os direitos do jogador, os 64% que pertenciam ao Palmeiras. Por medo de perder o que havia investido. Mas não teve nem resposta. Além disso, tentou pagar o salário do jogador em caso de renovação. Também não foi levado a sério. Furlan, no processo, ironiza o salário de Dudu e levanta uma questão sária. Diz que a ida do chileno aos Emirados Árabes está "mal-contada". O Palmeiras foi ouvido pela justiça. E respondeu. "Não há que se falar em devolução de valores pelo Palmeiras, tampouco em inadimplemento perpetrado pelo clube, apto a ensejar a aplicação da multa pleiteada pelo autor." Alega que tudo o que ocorreu foi normal. O investidor colocou o dinheiro esperando ganhar dinheiro em eventual venda de Valdivia. Ela não houve, o contrato acabou. Ponto final. Não aceita reunião de conciliação. Busca por um acordo. Nobre jura que não dará um centavo a Osório. Tudo isso de forma pública, aberta. O que serve de aviso para o casal José Roberto Lamacchia e Leila Pereira. Eles investiram cerca de R$ 40 milhões em Lucas Barrios. O Palmeiras aceitou o jogador, mas não dará um centavo em caso que ele não seja negociado com o Exterior. É um dinheiro a fundo perdido. "Não esperamos retorno financeiro. Só quisemos deixar o elenco palmeirense mais forte", garantiu publicamente Leila.

Na verdade, os donos da Crefisa quiseram aprofundar os laços com o clube, que consideram excelente vitrine. O empresário milionário Vinicius Pinotti sempre foi são paulino exaltado. Basta ver suas publicações nas redes sociais. A pedido do ex-presidente Carlos Miguel Aidar, ele fez um contrato de risco com o clube. Cedeu R$ 13 milhões por Centuríon. Quando o atacante for vendido, ele poderá ficar com sua parte. O São Paulo ficaria com eventual lucro. Mas a situação é quase impossível, devido ao fraco futebol do jogador. Pinotti, no entanto, ganhou uma compensação. Hoje ele é diretor de marketing do São Paulo. Conselheiros da oposição ironizam, dizem que apenas ganhou o cargo porque não terá retorno de "uma moeda" pelo atacante. Investidores pessoais, ainda em tempo de crise, devem pensar muito antes de tirar dinheiro do bolso para contratação de jogadores.

A legislação é toda favorável aos clubes. Advogados garantem que Osório não tem chance de ganhar. Perdeu os R$ 6 milhões que colocou em Valdivia. Não há como pressionar o Palmeiras. Apenas expor o clube. Ridicularizar Nobre e Mattos. Que fique a lição. A partir do momento que o dinheiro é colocado... O investidor não tem direito a nada.

Nem a opinar.

Talvez só possa rezar para o jogador ir bem.

E ser vendido.

Não foi o que aconteceu com o chileno.

Os cincos de Valdivia no Palmeiras foram terríveis.

Uma lenta tortura para Furlan...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 25 Jul 2016 12:35:51

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