terça-feira, 19 de julho de 2016

Vencer o abatido São Paulo é uma questão de honra para o Corinthians. Até para defender a ofendida Itaquera. Cristóvão sente a obrigação de 'manter a freguesia'...

Vencer o abatido São Paulo é uma questão de honra para o Corinthians. Até para defender a ofendida Itaquera. Cristóvão sente a obrigação de 'manter a freguesia'...




Cristóvão é discreto. Os dirigentes corintianos também se contêm diante da imprensa. Assim como os jogadores. Mas o clima no Corinthians para o clássico de hoje contra o São Paulo é transparente. Aproveitar o desconsolo do rival, eliminado da semifinal da Libertadores, para outra vitória no Itaquerão. Deixar tudo pior no Morumbi. Taxar de vez os são paulinos como os grandes "fregueses" do estádio. Até porque basta vencer e o Palmeiras ser derrotado diante do Internacional, em Porto Alegre, e os corintianos assumem a liderança isolada do Brasileiro. O São Paulo é o único dos rivais que não conseguiu ainda vencer em Itaquera. Tem o pior retrospecto disparado. São quatro derrotas em quatro jogos. Derrotas por 3 a 2, no Brasileiro de 2014; 2 a 0, na Libertadores de 2015; o histórico 6 a 1 pelo Brasileiro de 2015 e 2 a 0 no Paulista de 2016. Foram 13 gols a favor e três contra. Palmeiras e Santos já venceram o Corinthians na sua arena. Cristóvão percebeu nos clube a empolgação da diretoria. Não bastasse o desânimo dos rivais, o São Paulo perdeu duas peças fundamentais. Acabou o empréstimo de Calleri. E Ganso foi vendido para o Sevilla. O clima de euforia antecipada é algo que o treinador corintiano não está gostando de lidar.

Só que percebeu que, se pretende mesmo ficar muito tempo no cargo, há jogos em que vencer se torna obrigação. Hoje é um deles. Ainda mais com a torcida única imposta pela Secretaria de Segurança Público. Pelo menos 30 mil corintianos estarão no estádio para ver o rival afundar ainda mais. Cristóvão usou sua maneira tranquila e silenciosa para trabalhar duas armas inesperadas, que só foram reveladas ontem à noite. Levou Elias e André para o clássico. Ambos estão recuperados fisicamente e prontos para o confronto. A tendência é que comecem no banco, mas devem entrar durante o clássico. Principalmente Elias. A rivalidade cresce nos clássicos ainda mais os marcados para o estádio corintiano. "O estádio está lá. Cheio de problemas, Corinthians não é dono do estádio, o estádio é da construtora. O Corinthians nunca vai conseguir pagar aquele dinheiro. "O Itaquerão não vai ter show, aquilo la é outro mundo, outro país, não dá para chegar lá. É longe demais." "A abertura da Copa do Mundo custaria um terço se fosse no Morumbi. Mas não deixaram. Quem vai pagar essa conta de mais de um bilhão de reais? "Andrés é um mestre de obras do estádio. "Vou resumir. Itaquerão é o fim do mundo."

As palavras do ex-presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, ainda refletem em cada clássico contra o São Paulo em Itaquera. A ansiedade dos torcedores por vitória é raivosa. O Corinthians já respondeu de diversas maneira às provocações são paulinas. A mais surreal foi em abril de 2014. Dois taxistas partiram do marco zero da capital paulista, a Praça da Sé. E foram, fora do horário de pico, às 13h40, ao Morumbi e ao Itaquerão. Os 19 quilômetros até a arena corintiana levaram 36 minutos. E os 13 quilômetros até o estádio são paulino, 47 minutos. Os dirigentes corintianos também detestam o retrospecto. O São Paulo é o clube que mais derrubou treinadores no Parque São Jorge. Foram 15 quedas, depois de amargarem derrotas para o rival. Joseph Tiger, em 1944; Alcides Aguiar, 1946; Rato, 1954; Oswaldo Brandão, 1957; João Lima, 1961; Dino Sani, 1970 e 1975; Julinho, 1981; Cilinho, 1991; Júnior, 2003; Juninho Fonseca, 2004; Tite, 2005; Daniel Passarella, 2005; Antônio Lopes, 2006; Ademar Braga, 2006. Cristóvão é muito inteligente. Sente que este é o jogo no qual está sendo mais cobrado por uma vitória. E, esperto, tenta repassar a responsabilidade para Edgardo Bauza e seus jogadores. "O momento deles é de jogar tudo, para reverter uma situação. Estamos nos preparando para esse jogo há muito tempo. Temos de ter cuidado e respeito. Vem de eliminação, e a melhor oportunidade para se reerguer é num clássico. Não tem melhor oportunidade do que essa", garante o treinador corintiano. Mas a diretoria e a torcida não querem desculpa. Só aceitam a vitória hoje. Exigem que a "freguesia" seja mantida na ofendida Itaquera...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 17 Jul 2016 09:52:52

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