domingo, 10 de julho de 2016

Cristiano Ronaldo. Decisivo. Solidário. Fundamental para Portugal chegar à final da Eurocopa. A segunda na sua história. Justa vitória por 2 a 0 sobre o surpreendente país de Gales...

Cristiano Ronaldo. Decisivo. Solidário. Fundamental para Portugal chegar à final da Eurocopa. A segunda na sua história. Justa vitória por 2 a 0 sobre o surpreendente país de Gales...




Cristiano Ronaldo conseguiu. Foi decisivo. Não no duelo contra seu companheiro do Real Madrid, Bale. O maior jogador da história de Portugal seguiu muito além. Foi o grande responsável pela segunda final da história dos portugueses na Eurocopa. Teve fundamental participação na vitória contra o País de Gales. Marcou seu gol e ainda deu o chute que Nani desviou para as redes de Hennessey. 2 a 0 diante dos surpreendentes galeses. Fizeram uma campanha incrível por ser estreantes na competição. Ultrapassaram a geração de 1958. Cristiano Ronaldo jogou pelo time. Se sacrificou atuando como centroavante, enfiado entre a viril zaga galesa. Seguiu as ordens do técnico Fernando Santos. Sabia que assim, seguraria os três zagueiros, abriria espaço para os companheiros. Mesmo assim chegou a nove gols em Eurocopas. Alcançou Platini como maior artilheiro da competição. Se tornou o único jogador a marcar em quatro competições. Gareth Bale teve de jogar afastado da área. Como meia. Gemendo de tristeza pela suspensão de Ramsey, único jogador com rapidez de raciocínio, com capacidade para entender o que pensa. O potencial técnico dos galeses é limitado. Embora tenha uma dedicação canina à estratégia, o time de Chris Coleman não conseguiu suportar a superioridade dos portugueses com a bola nos pés. Até porque, Fernando Santos sabia que não poderia cair na armadilha que vitimou a Bélgica. Não menosprezou País de Gales um instante sequer. Seu time só atacava com a defesa composta. Nada de oferecer contragolpes. Por isso a partida foi tão amarrada. Mesmo com os portugueses tendo a iniciativa. O jogo foi muito simples de resumir. Durante os 90 minutos, Portugal ditou o ritmo. Tocou a bola com tranquilidade, eficiência. Os galeses assumiram uma postura aparentemente submissa. Três zagueiros. E mais duas linhas. Uma de quatro jogadores e outra de três. Todas no seu campo. A intenção da seleção britânica era ser traiçoeira. Atrair os portugueses para buscar os contragolpes pelas laterais. Só que o truque não funcionou por dois motivos. O primeiro porque Fernando Santos fez seu time atacar com prudência. Além dos quatro zagueiros, Danilo teve ótimo desempenho como cabeça de área. Atuou com a alça de mira em Gareth Bale. Não permitiu que o mais talentoso dos galeses articulasse suas jogadas, como fez, por exemplo, contra o belgas. E matou todo o potencial ofensivo do time de Chris Coleman.

A segunda razão para o fraco desempenho galês foi o nervosismo. O time estava visivelmente tenso pela importância da partida. Seus jogadores estavam indecisos, errando passes fáceis, se livrando da bola. Realmente até eles acreditavam que tinham ido longe demais na Eurocopa. Abriram mão de jogar. O que foi um enorme erro. Portugal tinha em Cristiano Ronaldo referência. Ele esqueceu sua vaidade e egocentrismo. Fez questão de seguir jogando pelo seu país. Com dedicação até maior do que faz no Real Madrid. No galáctico time espanhol é fácil. É cercado por grandes jogadores. Na seleção de seu país, não. Só de esforçados coadjuvantes. Com uma grande esperança, o garoto Renato Sanches. O jogador de 18 anos que o Bayern fez muito bem em pagar 35 milhões de euros, cerca de R$ 129 milhões ao Benfica. Enquanto Cristiano Ronaldo era espremido pelos três zagueiros galeses, Renato Sanches abria espaço entre as duas linhas galesas. Usava dribles, tabelas, infiltrações importantes. Não pareciam feitas por um atleta assim tão jovem. Mas também carecia de companheiros à altura. A marcação do País de Gales prevaleceu. E fez morno, o primeiro tempo, sem emoções. Com apenas seis arremates a gol. Bale sofria com seu time esforçado e com Danilo fungando no seu cangote. Não pôde fazer o milagre que os galeses tanto sonhavam. Futebol dá espaço para romantismo. Mas nem tanto. E detalhe: ele teve sorte porque Pepe estava contundido e não jogou. Se não brilhou, pelo menos suas costelas foram preservadas. Mas a segunda etapa valeu pela partida toda. Foram nada menos do que 22 chutes a gol. Por quê? Por causa de Cristiano Ronaldo.

Aos quatro minutos do segundo tempo, João Mario rolou para Guerreiro cruzar. Cristiano Ronaldo mostrou o quanto além de técnico é atlético. Ele voou para disputar a bola com os zagueiros galeses. Saltou mais alto, estufou o peito e fez o movimento perfeito com o pescoço. Testada violenta, indefensável para o bom Hennessey. 1 a 0, gol de centroavante dos anos 60... O gol teve efeitos colaterais imediatos. Os galeses ficaram ainda mais nervosos e tiveram de abrir seu ferrolho. Os portugueses, confiantes, se adiantaram, para matar o jogo. E três minutos depois, comemoravam o segundo e decisivo gol. Cristiano Ronaldo encontrou espaço para bater de fora da área. O chute saiu errado. Iria para fora. Mas Nani o desviou com muita esperteza. Deslocou o desesperado Hennessey. 2 a 0 Portugal, aos sete minutos. Os galeses partiram para a luta. Mas deixavam transparecer nos seus semblantes, a derrota. Bale passou a tentar chutar de onde estivesse. Sabia que Gales precisava descontar o placar o mais rápido possível. Só que Rui Patricio estava outra vez muito bem. E a zaga lusitana não permitia que o grande jogador do país rival chegasse perto da área. Fernando Santos, esperto, mandou seu time dosar o ritmo. Aproveitar as brechas deixada pelos galeses. Mas sem correria, sem desespero. Queria poupar força para a final que cada vez mais se tornava realidade. Portugal encontrou mais espaço enquanto os galeses perdiam sua estrutura tática. E tentavam fazer um gol de qualquer maneira. Com toques mais lentos, os portugueses foram matando o tempo. Até saírem comemorando eufóricos, a segunda final de Eurocopa de sua história. A primeira, perderam, em 2004, jogando em casa. Em Lisboa, diante da Grécia. Naquele time treinado por Felipão havia uma jovem promessa. Chorando muito, ele jurou que um dia daria o título perdido ao seu país. Pouca gente acreditou. A chance chegou, Cristiano Ronaldo...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Jul 2016 17:54:28

Nenhum comentário:

Postar um comentário