sexta-feira, 29 de julho de 2016

Neymar será o capitão na Olimpíada. Como desejava. Micale fez tudo o que a maior estrela queria. Fernando Prass, para o bem do grupo, abdicou da faixa. Sabia: ela tinha de ser da estrela da Seleção...

Neymar será o capitão na Olimpíada. Como desejava. Micale fez tudo o que a maior estrela queria. Fernando Prass, para o bem do grupo, abdicou da faixa. Sabia: ela tinha de ser da estrela da Seleção...




Goiânia... Rogério Micale pode ter um discurso inovador, revoltado com as condições sociais dos brasileiros. Usar métodos de Pep Guardiola na montagem da equipe. Saber de cor e salteado os esquema dos grandes times europeus. Tudo é moderno. Mas tomou uma atitude que não há nada de revolucionária. Entregou a faixa de capitão da Seleção Olímpica a Neymar. Mesmo com a liderança de Fernando Prass, Renato Augusto, Marquinhos, Rodrigo Caio. Micale sabia que estaria comprando uma enorme briga se destituísse o jogador do Barcelona do cargo. Ele ganhou a honraria de Dunga logo após a Copa de 2014. Não teria lógica. O capitão dos adultos não ser o capitão dos garotos. Acompanhando os treinamentos desde o início já estava claro que Micale não teria tamanha ousadia. Destituir Neymar seria uma declaração de guerra. O jogador do Barcelona é egocêntrico. E sempre fez questão da faixa. Ela jamais foi simbólica. Neymar sabe bem todo o respeito que Iniesta tem pela função no Barcelona. E o quanto é respeitado. Por companheiros, imprensa, adversário, patrocinadores. De tanto ser criticado pelos chiliques que teve na Copa América do Chile e pelo individualismo sem noção, desde a Copa de 2014, Neymar chegou mudado para a preparação olímpica. Quer limpar sua imagem dentro do campo. Orientou não só os jovens companheiros de time, mas serviu como referência para Micale. O treinador fez questão de ouvir sua opinião em cada decisão tática. Ao escolher a estratégia com que irá disputar a medalha de ouro. Micale assumiu publicamente a dependência que tem tecnicamente do seu camisa 10. Sabe que, sem seus dribles, infiltrações e gols seria impossível sonhar com o título olímpico. E colocar o ouro no peito pode mudar o futuro do próprio Micale. Em 17 anos de carreira, 95% do tempo trabalhou com garotos. Só dirigiu equipes profissionais duas vezes. Como interino do Figueirense e em apenas duas partidas no Grêmio Prudente, até ser demitido.

Jamais imaginou ter tanta popularidade como na Olimpíada. Quer aproveitar para dar um novo rumo na sua vida. Tem a chance de se firmar como treinador da seleção sub 23 que a CBF quer tornar fixa, a pedido de Tite. Ou assumir um clube como técnico de time adulto. E dar um salto enorme financeiro. Seu salário na CBF é de cerca de R$ 25 mil mensais. Valor muito baixo em relação aos técnicos profissionais. Para isso, Micale precisa do ouro. E, sem Neymar, é quase impossível. Antes do treinador capitular, Fernando Prass tomou à frente. O veterano goleiro, capitão do Palmeiras, acompanha todo o noticiário da Seleção Olímpica. Sabia que ele foi colocado como o grande rival de Neymar. Se Micale escolhesse outro jogador, que não a estrela do Barcelona, seria Prass. Até por seu comportamento sério, exemplar. Só que em conversas com o treinador, o goleiro deixou claro que não queria ser o capitão. Esta escolha só traria confusão, tensão desnecessárias na caminhada do time na Olimpíada. E em uma conversa com os atletas, Prass deixou muito claro que o cargo deveria ser de Neymar. O atacante o abraçou. Foi um momento de muita união no grupo. O goleiro abdicou quando ainda não tinha se contundido. E para o bem da Seleção.

Essa situação que Micale quis deixar "interna" na coletiva de hoje. A atitude do goleiro só reafirmou o que o técnico já estava decidido a fazer. Só que pôde agir sem temer consequências, reações. Até porque Marquinhos, Rodrigo Caio e Renato Augusto nunca almejaram a faixa. Micale quer apenas uma mudança de Neymar em relação à capitania. Não seguir agindo como fazia com Dunga. Ele se sentia obrigado a cobrar o árbitro quando não concordava de qualquer decisão. E não tinha a menor medida de como reivindicar sua postura. Agora, não. O treinador, com muito tato, já pediu para evitar reclamações. Ser mais discreto nas reivindicações. Mostrou o quanto o time precisa dele em campo.

Tudo está como Neymar queria. Ele será o camisa 10, baterá os pênaltis, cobrará todas as faltas que quiser e será o capitão nesta Olimpíada. Tudo para a maior estrela do Brasil não perder o foco. Usar seu talento privilegiado para o bem da Seleção. Como faz no Barcelona. E não tentar decidir as partidas sozinho. Como fazia com Dunga. "Neymar mostrou ser, além de um grande atleta, um grande homem. Isso confirmou, mas existia uma situação interna definida, que só diz respeito ao nosso grupo. E eles já sabiam o que seria feito." A situação interna foi a postura de Prass. Unida, a Seleção Olímpica está. E com Neymar feliz. Com seu "kit" Seleção completo...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 29 Jul 2016 13:24:47

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