domingo, 17 de julho de 2016

Leco temia que Ganso repetisse no São Paulo o que Pato fez no Corinthians. E aceitou vendê-lo ao Sevilla. O meia não foi Didi, Gerson ou Pedro Rocha, como sonhava Juvenal. Mas fará muita falta...

Leco temia que Ganso repetisse no São Paulo o que Pato fez no Corinthians. E aceitou vendê-lo ao Sevilla. O meia não foi Didi, Gerson ou Pedro Rocha, como sonhava Juvenal. Mas fará muita falta...



Foi direta a conversa entre Leco e Ganso. "Presidente, eu quero sair. Tenho uma proposta do Sevilla. É a minha chance de realizar meu sonho. Quero jogar na Europa. Será bom para todos, também para o São Paulo. O meu contrato termina o ano que vem. Em vez de sair de graça, os espanhóis estão fazendo uma ótima proposta. Chegou a hora, presidente." Leco respondeu. "Se você quer ir, não posso forçá-lo a continuar no São Paulo. Mas a negociação tem de ser interessante para nós." E foi. Com a ajuda do empresário de Ganso, Giuseppe Dioguardi, o acordo foi costurado. Primeiro o Sevilla aumentou a proposta de 8 milhões de euros para 9,5 milhões, cerca de R$ 34,8 milhões. O segundo ponto foi uma reengenharia na divisão dos direitos do jogador. O São Paulo tem apenas 32% dos direitos do jogador e o DIS, 68%. Leco exigiu 5 milhões de euros livres, cerca de R$ 18,3 milhões. O grupo formado pelo empresário Delcir Sonda aceitou ficar com 4 milhões de euros, R$ 14,6 milhões. Desde que continuasse com direito a 20% em uma eventual futura venda de Ganso.

O jogador, a princípio, abriria mão dos 500 mil euros, R$ 1,8 milhão, que teria direito. Só que voltou atrás e ganhará sua parte. Além da motivação pessoal do jogador, houve um outro fator que influenciou Leco na efetivação da venda. A situação de Pato no Corinthians. Em várias conversas com membros da diretoria, ele usou o jogador como exemplo. Não queria que o São Paulo corresse o risco de perder os dez milhões de euros, R$ 23,9 milhões na época, pelo atleta. O clube utilizou o atleta por quatro anos e ficará com metade do que investiu. Cinco milhões de euros, melhor do que ficar sem nada ao final do seu contrato. E liberá-lo "de graça". Como o Corinthians deverá fazer com Pato. Os conselheiros mais próximos do dirigente concordaram com sua argumentação. A transação foi acertada com o Sevilla e deverá ser anunciada oficialmente amanhã. Em respeito à torcida envolvida com a decisão da semifinal da Libertadores, contra o Atlético Nacional, hoje, em Medellin. E que, por causa de um estiramento, o meia não poderá atuar.

Paulo Henrique Ganso não foi nem um décimo no Morumbi do que esperava o falecido presidente Juvenal Juvêncio. Após convencê-lo a deixar o Santos, Juvenal garantia a companheiros de diretoria que havia contratado o maior meia do futebol brasileiro. E tinha a certeza que seria um atleta importante como Pedro Rocha, Didi, Gerson. Errou. Foram quatro anos de São Paulo. Ganso disputou 221 partidas desde a estreia, em 18 de novembro de 2012. Foram 105 vitórias, 45 empates e 71 derrotas. Só marcou 24 gols. Título? Apenas a Copa Sul-Americana de 2012. Não se firmou na Seleção. Não disputou a Copa do Mundo do Brasil, que tanto sonhava. Nem chamou a atenção de grandes equipes europeias. As melhores propostas foram dos Estados Unidos, da Turquia, da Arábia Saudita. O meia não quis ir. Sondagens do futebol italiano nunca se concretizaram.

Jorge Sampaoli mudou seu destino. O argentino entende que o meia do São Paulo é excelente jogador. E desperdiçado. Pode ser uma versão moderna do italiano Pirlo. Um segundo volante com liberdade para sair com a bola dominada, ditar o ritmo do Sevilla com sua capacidade de passes, lançamentos e infiltrações. Ganso quer ter essa experiência europeia. Enquanto pode. Em outubro ele completará 27 anos. Seu grande mentor, Edgardo Bauza entendeu que Ganso merece essa chance. Tanto que acredita que o Sevilla será o trampolim para um clube ainda maior do Velho Continente. Ganso recebe R$ 300 mil no Morumbi. O Sevilla aceitou pagar R$ 650 mil. O contrato a princípio seria de três anos, com a possibilidade de quatro temporadas. Com a saída do seu camisa 10, o São Paulo vai se reforça. Deixou apalavrada a chegada de Gilberto, atacante que se destacou no Santa Cruz e no Sport. Ele rescindiu seu contrato com o Chicago Fire. Além dele, o lateral direito Buffarini, do San Lorenzo, e o atacante Milton Caraglio, do Toluca, são prioridade na pequena reformulação que o time sofrerá após a Libertadores.

Leco está na Colômbia. Conversou com os jogadores que tentarão reverter a desvantagem contra o Atlético Nacional. A derrota na semana passada por 2 a 0 em pleno Morumbi desanimou profundamente dirigentes, torcida e mesmo o time. O presidente são paulino foi oferecer uma premiação especial caso a equipe consiga chegar à final da Libertadores. Bauza sabe que as chances são quase nulas. Não lastima não poder escalar Maicon, infantilmente expulso no primeiro jogo. A dor do treinador é não contar com Ganso, contundido. O técnico argentino lastima não ter um outro meia criativo no elenco. Bauza não gostou da atuação de Ytalo. Resolveu apostar em Centurión. Ele atuará centralizado, enquanto Wesley jogará aberto na direita, na vaga do contundido Kelvin. Na esquerda, Michel Bastos. Na vaga de Maicon, Lugano. Calleri será o único atacante fixo. Se o São Paulo perder, fará sua despedida. O argentino se incorporará ao time que disputará a Olimpíada do Rio. E de lá deverá seguir a um clube europeu. Muito provavelmente, a Inter de Milão. Caso seja confirmada a eliminação do time paulista, Ganso deverá embarcar já amanhã para a Espanha. Para se apresentar no Sevilla. Não foi Gerson. Ficou longe de Pedro Rocha. Como também de Didi. Mas mesmo diante de sua enorme inconstância, Bauza lastimou com Leco. A perda de Ganso foi o grande diferencial nesta semifinal contra o Atlético Nacional. "Se Paulo estivesse seria tudo diferente." Desabafou o treinador ao presidente. Mas é bom o São Paulo começar a aprender a viver sem Ganso. Sua passagem para Sevilla está comprada. E é só de ida...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 13 Jul 2016 02:16:44

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