sexta-feira, 22 de julho de 2016

Depois da insegurança de Mano, o atraso de Felipão e a falta de rumo de Dunga, Tite quer impor a modernidade na Seleção. Micale segue suas ordens. Enquadra Neymar. E o Brasil olímpico mostra o que pode ser o futuro...

Depois da insegurança de Mano, o atraso de Felipão e a falta de rumo de Dunga, Tite quer impor a modernidade na Seleção. Micale segue suas ordens. Enquadra Neymar. E o Brasil olímpico mostra o que pode ser o futuro...




Teresópolis... Depois da insegurança de Mano Menezes, do atraso tático de Felipão e da falta de rumo de Dunga, Tite vê uma grande chance de fazer a Seleção Olímpica dar o primeiro passo em direção à autoestima. São suas ideias que influenciam diretamente a formação ofensiva, corajosa até demais, imposta ao time de Rogério Micale. O treinador que trabalhou quase todos os seus 17 anos de carreira com garotos, se submeteu aos conceitos que o treinador da seleção principal gostaria de impor no Corinthians, mas não tinha material humano. Fernando Prass, Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Rodrigo Dourado, Thiago Maia e Felipe Anderson; Gabriel Jesus, Neymar e Gabriel. Foi essa a equipe que Micale mais fez jogar junta no seu primeiro coletivo. Um time com jogadores que sequer se conheciam pessoalmente. E que precisa ganhar entrosamento suficiente para disputar para ganhar a Olimpíadas. A estreia será daqui 14 dias, contra a África do Sul. Para ganhar tempo, trabalhou muito por setores. Priorizou o ataque. Quer o Brasil pressionando ao máximo a saída de bola adversária. Deseja conquistar de cara a torcida e aliviar a pressão de ter de vencer o torneio. A melhor saída é fazer o time acreditar que é possível sair na frente no placar logo nos primeiros minutos. Transformar os estádios por onde a Seleção passar em um caldeirão.

Para isso, Neymar é fundamental. O técnico não fez questão de disfarçar. Pelo contrário. Se expôs no meio de campo, agachado diante da maior estrela da companhia. Ficou exatos sete minutos conversando ao "pé do ouvido" do atacante do Barcelona. Deixou claro o que queria dele. E foi fácil perceber durante o treinamento. Ele não quer o jogador flutuando por todos os setores o tempo todo. O deseja onde ele mais gosta de atuar, onde mais rende. Do meio para a esquerda. O setor será todo seu. Só que não estará sozinho. Douglas Santos, lateral ofensivo do Atlético Mineiro, será seu escudeiro. Alguém para triangular ou apenas atrair a marcação adversária. Felipe Anderson também deverá estar por trás de Neymar. Pronto para o arremate, quando o habilidoso jogador do Barcelona desmanchar a marcação adversária. Enquanto isso acontece do meio para a esquerda, do outro lado, Gabriel e Gabriel Jesus se revezam do meio para a direita. Micale quer a movimentação constante dos dois artilheiros. Forçar a movimentação e dribles do palmeirense. O forte chute e a facilidade do santista para cortar da direita para bater ao gol com a esquerda.

O lateral santista Zeca foi improvisado pela direita, já que é destro. Ele também treinou bem adiantado. Thiago Maia deve chegar como elemento surpresa entre a direita e o meio, para bater ao gol. É uma proposta ousada. As linhas precisam estar muito juntas e atentas. O meio de campo "costurado" no ataque. Pelo talento individual e jovialidade do time, o esboço de time foi animador. A movimentação, a dinâmica impressionaram. Neymar merece um capítulo à parte. De tanto ouvir Micale, talvez, ele cumpriu sua função. Jogou para o time. Tabelou, correu, driblou objetivamente, não tentou dar seu show particular e estragar contragolpes como estava acostumado com a camisa da Seleção. O mais talentoso jogador brasileiro colocou seu talento a favor da equipe. Como no Barcelona. Velho sonho que Mano, Felipão e Dunga não tiveram realizado. Se Neymar seguir jogando para o time será excelente para o Brasil. Mas houve falhas também. Muita preparação e poucos arremates a gol. Faltou definição. Talvez por timidez ou medo de tentar mostrar estar tentando roubar o protagonismo, houve muito pouco chute a gol. É algo fácil de ser corrigido. Porque, o mais importante, organização começa a se impor.

Tite quer reconquistar a confiança, a empolgação dos torcedores e da imprensa. Assim como o respeito dos adversários. A Olimpíada tem de ser esse cartão de visitas do seu trabalho. "Eu serei parceiro do Micale", assumiu na coletiva, aqui na Granja Comary. Terá sim toda a influência no trabalho. Para o bem e para o mal. Algo que precisa ser trabalhado é o posicionamento da defesa. Com tanta preocupação dos laterais em atacar, Rodrigo Dourado teve de se desdobrar para proteger Marquinhos e Rodrigo Caio. A participação de Thiago Maia e Felipe Anderson na recomposição precisa ser aprimorada. De maneira urgente. Porque havia muitas brechas para contragolpes pelos lados no time brasileiro. O que é enorme risco. Fernando Prass, como sua experiência de 38 anos, orientou, já começou a falar, cobrar, orientar. Repetiu a sua postura de Palmeiras. O que deixou claro: se ele não for capitão, vai ter toda a liberdade de agir como se fosse. Outra falha, talvez por timidez, foram as poucas faltas. O time reserva muitas vezes descia com facilidade ao retomar a bola. Pegando o meio de campo desarmado. Os titulares poderiam travar a jogada, mas preferiam cercar. E sobrecarregavam a defesa. Treino é o caminho do que será mostrado em campo. Foi apenas o primeiro treinamento. Mas ficou evidente a opção do Brasil pelo ataque. Pela organização. Pela compactação. Pela intensidade. É muita coisa para uma equipe captar em apenas duas semanas. E um único amistoso, no sábado, dia 30, em Goiânia, contra os japoneses. Mas é um grande progresso em relação ao trabalho de Mano Menezes, em Londres, por exemplo. Ou o que Felipão e Dunga fizeram na principal, nos últimos três anos. Como estratégia de reaproximação da torcida, Marco Polo del Nero atendeu a pedido de Tite, e liberou que cerca de 100 moradores de Teresópolis tivessem acesso aos jogadores. Tite sabia que as fotos de Neymar dando autógrafo, tirando selfies e segurando um bebê estariam em todos os portais, jornais. Chegariam aos telejornais. É quase um pedido de desculpas à população. Os fracassos da Seleção têm sido seguidos. O maior deles, a Copa dos 7 a 1. Em pleno Brasil Agora, chegou uma grande chance de redenção, recomeço. Tite quer o apoio a este novo time. Que não tem culpa pelos vexames passados. E potencial para ganhar a inédita medalha de ouro. Neymar segurando um bebê. Esta é a imagem mais simbólica do Brasil desta Olimpíada. É preciso muito cuidado com uma criança e com a Seleção...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 22 Jul 2016 06:56:53

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