domingo, 20 de setembro de 2015

A CBF transforma o Itaquerão em Senegal. Obriga o líder Corinthians a vencer o calor absurdo do meio-dia e o Santos, por 2 a 0. Mesmo diante da insanidade, o time de Tite abre oito pontos de vantagem sobre o Atlético Mineiro...

A CBF transforma o Itaquerão em Senegal. Obriga o líder Corinthians a vencer o calor absurdo do meio-dia e o Santos, por 2 a 0. Mesmo diante da insanidade, o time de Tite abre oito pontos de vantagem sobre o Atlético Mineiro...




Parecia o Senegal, mas era o Itaquerão ao meio-dia. O Corinthians venceu o calor e o perigosíssimo Santos de Dorival Júnior. Justo placar de 2 a 0. Dois gols de Jadson. O primeiro de pênalti de Zeca em Vagner Love. Mas, talvez afetado pela insolação, o árbitro Flávio Rodrigues Guerra, expulsou David Braz. A bizarra situação descontrolou os santistas que tomaram o gol decisivo depois de escorregão de Thiago Maia. O resultado foi importantíssimo para a equipe de Tite. O Corinthians abriu oito pontos de vantagem diante do Atlético Mineiro, que jogaria no decente horário das 16 horas, contra o Flamengo. E ainda acabou com o jejum de nove clássicos sem vitórias. "Eu tentei finalizar, não tinha como simular. O bandeira viu e marcou. Eu procuro ajudar de alguma forma. Eu tinha a possibilidade de fazer o gol, não consegui porque o jogador do Santos me impossibilitou. Foi marcado o pênalti. Estamos num caminho muito certo. Temos o objetivo do título, temos a possibilidade. Agora, é continuar trabalhando com os pés no chão. Hoje, conseguimos uma vitória muito importante. Se o Atlético-MG tropeçar hoje, estamos com o objetivo muito bem encaminhado", comemorava esbaforido, Vagner Love. A insanidade da CBF somada à inutilidade dos sindicatos dos jogadores de futebol são os responsáveis por Corinthians e Santos jogarem hoje aos 35 graus no Itaquerão. Uma das partidas mais importantes do Brasileiro comprometida por um calor senegalesco. Mais de 40 mil pessoas viram um jogo prejudicado pelo desgaste prematuro dos atletas. A troco de nada. A ideia nasceu da ganância, óbvio. Observadores da CBF se entusiasmaram com as 35 mil pessoas que foram ver Palmeiras e Botafogo de Ribeirão no Campeonato Paulista. Deitados nas cadeiras reclináveis na suntuosa sede da CBF, com o ar condicionado a toda, na Barra da Tijuca, os dirigentes pensaram. Por que não?

Batizem como "jogo da família", a oportunidade do filho fugir com o filho da mãe e da sogra. As imagens ficam ternas na tevê e a certeza de mais dinheiro em taxas para a CBF. Os jogadores? Ah, eles não tem um pingo de voz ativa para se rebelar. Será que a cúpula do Bom Senso estava na praia neste domingo, acompanhada com presidente de sindicatos de atletas? A situação só mudará se um jogador tiver um grave problema com a insolação. Aí, todos lamentarão. Dentro desse cenário de acomodação e insanidade, o líder do Brasileiro teve de enfrentar a equipe da mais espetacular reação no torneio. Lógico que o calor prejudicou toda a dinâmica da partida. O Corinthians não teve força física para impor sua marcação por pressão na saída de bola adversária. Nem o Santos pensar em articular seus velozes contragolpes. O time de Tite foi melhor no primeiro tempo. Renato Augusto fazia outra excelente partida. Era o dono das intermediárias. Enquanto teve fôlego ditou o ritmo. Tocou, tabelou, abriu espaço na forte marcação santista. Aliás, o time de Dorival Júnior, apesar de ser do litoral paulista, parecia muito mais afetado com o insano horário do clássico que o Corinthians. O seu plano de contragolpes, utilizando principalmente Gabriel na direita, foi um fracasso. Tite deu a mão a palmatória. Escalou Yago na lateral esquerda, como deveria ter feito contra o Internacional. E o zagueiro improvisado foi um dos melhores em campo. Anulou o talentoso jovem jogador santista, a ponto de Dorival ter de substituí-lo, tão mal que estava em campo. O Santos dava muito espaço também para Jadson. O armador tinha liberdade não só para tocar a bola, como para driblar e chutar a gol. O Corinthians queria vencer o jogo senegalesco na intensidade. Seu time estava muito compacto, tirando os espaços santistas.

Vanderlei foi responsável por três grandes defesas no primeiro tempo, enquanto a partida estava empatada em 0 a 0. Salvou seu time depois que Vagner Love desarmou Daivid Braz e invadiu sozinho a área. Depois em uma jogada individual excelente de Jadson, que entrou na área driblando. E em um chute fortíssimo do meia. O Santos só levou perigo para valer aos 48 minutos, quando Lucas Lima completou cruzamento de Gabriel. O chute foi fortíssimo. Cássio, em muito reflexo, espalmou. No intervalo, Werley cometeu enorme bobagem. Mesmo na reserva, ele foi expulso por reclamação e palavrões. O zagueiro decidiu ainda empurrar o quarto árbitro. A atitude deve constar no relatório e o zagueiro corre o risco de suspensão complicada. No segundo tempo, o Corinthians continuou melhor. Com mais coragem, querendo vencer. Sua marcação não era mais tão adiantada por falta de fôlego. Só que seus jogadores seguiam se impondo individualmente. Aos 17 minutos em jogada ensaiada, Jadson não levantou a bola para a área em cobrança de falta. Descobriu Renato Augusto na área. O chute saiu rápido. Na trave.

O Santos parecia conformado com o empate. Não era nem sombra da equipe que goleou o Atlético Mineiro por 4 a 0. Pelo contrário. Não tinha personalidade alguma. Até que veio o pênalti. Lucca, que entrou no lugar do omisso Malcom, levantou para a área. Na disputa com a zaga, Vagner Love ficou com a sobra. Na hora de chutar, Zeca lhe deu um pontapé por trás. A bola vai às mãos de Vanderlei. Flávio Rodrigues Guerra titubeia. Mas o bandeira Rogério Pablos Zanardo avisa da penalidade. O árbitro marca. Mas Flávio "entrega" o santista errado. Em vez de Zeca, Daivid Braz recebe o vermelho. Enorme injustiça. Jadson não tinha nada a ver com isso. Bateu bem e marcou Corinthians 1 a 0, aos 40 minutos. O gol descontrolou emocionalmente o Santos. Em seguida, em lance infantil, o destino do jogo seria selado. Elias tentou Jadson na área. Thiago Maia iria afastar a bola. Escorrega. Ele se oferece ao meia corintiano que marca 2 a 0 aos 43 minutos. Fim de jogo. O Corinthians abre excelente vantagem na liderança. O Santos percebe que o sonho de Z4 ainda é possível. Mas desde que decida jogar futebol. Não só tentar se defender como hoje. Os atletas deixam o gramado exauridos. Irritados de cansaço. Mas com certeza, a cúpula da CBF comemora os mais de 40 mil torcedores no Itaquerão. E novas partidas às 11 horas acontecerão durante a primavera e o verão. O Senegal é aqui...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 20 Sep 2015 13:14:47

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