quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Corrupção da Conmebol exposta. Ameaça de uma Champions League das Américas. Clubes aproveitam. Chantageiam e conseguem aumento na premiação da Libertadores. Esta é a suja engrenagem do futebol na América do Sul...

Corrupção da Conmebol exposta. Ameaça de uma Champions League das Américas. Clubes aproveitam. Chantageiam e conseguem aumento na premiação da Libertadores. Esta é a suja engrenagem do futebol na América do Sul...



Os dirigentes sul-americanos se conhecem muito bem. E sabem o quanto são corruptos. Desonestos por dinheiro ou por parcialidade. Desde que foi fundada, em 1916, a Conmebol teve apenas 11 presidentes. Apenas dois argentinos e um brasileiro. Desde 1966, quando acabou o mandato do portenho Raúl Colombo, foi feito um acordo entre a AFA e a CBF, na época CBD. Por saberem quem são, argentinos e brasileiros decidiram que não mais presidiriam a entidade. O motivo, não se controlariam e acabariam privilegiando seus países. Desde então apenas presidentes "neutros". Mas não menos corruptos. O paraguaio Nicolás Leoz ficou 27 anos no poder. De 1986 até 2013. Era tratado como um rei. Está em prisão domiciliar por receber propina e lavar dinheiro. Os Estados Unidos querem sua extradição. O governo paraguaio por enquanto nega. Para o uruguaio Eugênio Figueredo bastaram um ano e três meses. Foi capturado também por corrupção. E já foi extraditado para ser julgado nos Estados Unidos. Os americanos têm esse poder porque foram usados seus bancos para a lavagem do dinheiro. Ou seja, os dois últimos presidentes da Conmebol foram comprovadamente corruptos. Estão trancafiados, longe da sociedade. Onde devem estar os bandidos.

Vale a pena reproduzir o esquema mafioso que funcionava a entidade. Para não ser preso, um dirigente de alta patente fez um acordo com as autoridades norte-americanas. Delataria tudo o que sabia. Em troca não seria preso. E passaria a morar na Espanha. Foi o que fez. Graças as suas indicações Leoz e Figueredo foram encarcerados. Se o argentino Julio Grondona, ex-presidente da AFA, estivesse vivo, também estaria enjaulado. O delator falou ao jornal espanhol As. Prepare o estômago. O esquema é idêntico às máfias italianas. Primeiro o dinheiro que repartiu para os que garantiram a manutenção do sistema perpétuo dos dirigentes na Conmebol e nas federações. O que permitia as reeleições indefinidamente, como se fossem capitanias hereditárias. "Me deram US$ 1 milhão (R$ 3,9 milhões) em dinheiro vivo e uma lista com as iniciais e quantidade. Fui ao hotel Yatch&Golf Club de Assunção, e comecei a fazer a repartição do dinheiro entre os membros que comandavam a Conmebol. Entreguei a Julio Grondona (que também foi presidente financeiro da Fifa), Rafael Esquivel (detido na Suíça), Romer Osuna (ex-tesoureiro), Eduardo De Luca (ex-secretário geral)." Depois, o delator pagou àqueles que venderam seus votos para que Japão e Coréia fossem sede da Copa de 2002. "Eu chamava na porta dos quartos, e lhes entregava o envelope que tinha preparado com a quantidade designada. Alguns contavam o dinheiro, outros nem olhavam nos meus olhos. Eles fechavam a porta e eu ia para o próximo quarto, seguindo a ordem da lista. Nem todos cobravam o mesmo. Haviam subornos mais grossos e outros com menos dólares."

Ele revelou ao FBI que o esquema durou décadas. E passou também a envolver os torneios que a Conmebol organiza. E principalmente empresas que compravam os direitos de transmissão. A Traffic pagaria uma espécie de mensalão à CBF, à AFA e às demais oito federações envolvidas na Copa América e outros torneios. Leoz recebia desde 1991. De acordo com a investigação do FBI, Leoz passou a pedir pagamentos adicionais a cada torneio. Estima-se que até 2011, quando deixou a Conmebol, ele tenha recebido US$ 1 milhão por cada Copa América. Entre 1989 e 2007, o torneio foi disputado de dois em dois anos. Em 1998, a Conmebol comprou a sede do Banco do Brasil no Paraguai. Por um milhão de dólares, cerca de R$ 3,9 milhões. Gastou outro milhão de dólares para reformular o prédio, que já era luxuoso. E o transformou em sede perpétua da entidade. Sempre em um lugar neutro. Longe da influência dos brasileiros e argentinos. Nicólas Leoz merece um capítulo à parte. O delator revelou. Ele era comprava edifícios e mais edifícios com a propina que recebia. Se tornou praticamente dono de um bairro, em Santiago, Vila Morra, perto onde está em prisão domiciliar. Colocava metade dos prédios no nome de sua esposa, Maria Clemencia. Irmina Ortiz Escurra era sua empregada e testa de ferro. Morava em uma mansão. E usava seu nome para comprar fazendas e mais edifícios. E enviar dólares ao Panamá. Também está atrás das grades. Ele adorava entregar os troféus, como fez com a Libertadores que o Corinthians ganhou. E foi entregue, com todo carinho, para o ex-presidente e delegado, Mario Gobbi. Além de tudo isso há denúncias de orgias dos altos membros da Conmebol com prostitutas. As festinhas consumiam milhares de dólares. Tudo patrocinado pelos acordos espúrios da entidade. É claro.

A entidade nunca esteve tão combalida. Com seus dirigentes desmoralizados pela corrupção. Mas mesmo assim querem seguir com as lucrativas competições de sempre. Mas um empresário italiano percebeu. Há uma brecha para ganhar muito dinheiro dinheiro. Criar uma Champions League nas Américas. Estão convidando clubes sul-americanos. Já foram chamados cinco brasileiros e três argentinos. Riccardo Silva, dono do Miami FC, que disputa a NASL, a considerada segunda divisão do futebol dos Estados Unidos, e também da empresa MP & Silva, que possui os direitos de transmissão de mais de 50 franquias esportivas, entre elas as famosas La Liga, Bundesliga, Barclays Premier League a Copa do Mundo, é o dono da ideia: criar uma espécie de Liga dos Campeões das Américas.

"Para os times dos Estados Unidos, poder competir em um torneio oficial contra equipes do Brasil e da Argentina, que são algumas das melhores equipes do mundo, poderia ser algo realmente comparável à Champions League europeia. "A premiação seria algo de 5 milhões de dólares (R$ 20 milhões) para cada clube participante e 30 milhões (R$ 120 milhões) para o vencedor", garante Ricardo. Ele sabe que o dinheiro é o calcanhar de Aquiles da Libertadores. E oferece um torneio com 64 equipes. Acontece que a Conmebol não tem datas para esta Champions das Américas. O espaço é para a Libertadores. Os clubes brasileiros sabiam bem disso. Só que estão usando essa nova competição para pressionar a entidade. Ou ela aumenta substancialmente o que paga na Libertadores ou haverá uma rebelião. A situação acontece quando a fragilizada entidade acaba de anunciar, os prêmios da Libertadores e da Sul-Americana seriam mantidos em 2016. E eles são ridículos, comparados à Champions League europeia.
A Libertadores paga ao campeão, somando todas as fases, US$ 5,1 milhões, cerca de R$ 20 milhões. A Sul-Americana, R$ 6,9 milhões. A Liga Europa, R$ 32,6 milhões. Já a Champions League, são 37,4 milhões de euros, R$ 167,5 milhões. Os presidentes do Corinthians, do Palmeiras, Flamengo, Atlético Mineiro e Cruzeiro, sondados para disputar a Champions da América, sabem. Estão em uma posição privilegiadas.
A Conmebol está fragilizada, com 11 membros de sua cúpula envolvidos nas investigações do FBI. O presidente Juan Ángel Napout tem certeza que os clubes blefam. O Corinthians nunca entraria com jogadores sub-20 para disputar a Libertadores, como seus dirigentes já estão espalhando. Napout sabe o que todos querem. Sem saída, não há como fugir da chantagem por um aumento. Até porque Na semana passada, a Conmebol foi acusada de não repassar as receitas obtidas com direitos de TV, publicidade e patrocínios da Libertadores e Sul-Americana. A entidade só distribuiu, entre 2010 e 2013, 54% dos US$ 265 milhões aos participantes das competições. O restante, US$ 112 milhões, não aparece no balanço. O aumento ainda não foi decidido. Mas os clubes exigem mais do que o dobro do que recebiam. Tanto na Libertadores como na Sul-Americana. Pelo menos para compensar o que foram roubados. E deve receber.

A Conmebol é uma das entidades mais sujas do futebol mundial.

Desde que foi nasceu, em 1916.

Demorou mas suas vísceras estão exposta.

E são mais nojentas do que se podia imaginar.

Os dirigentes brasileiros sentem o cheiro de esgoto.

A hora de chantagear, exigir mais dinheiro da Libertadores chegou.

Se vire, Juan Angel Napout.

Dólares não faltam na sua nojenta Conmebol...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 30 Sep 2015 12:52:51

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