sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A festança com o dinheiro público começou. Os clubes que quiserem parcelar suas dívidas com o governo em 20 anos podem agir. E ter indecente desconto. Em vez de pagar R$ 4 bilhões, a pechincha. Basta devolver R$ 1,7 bilhão...

A festança com o dinheiro público começou. Os clubes que quiserem parcelar suas dívidas com o governo em 20 anos podem agir. E ter indecente desconto. Em vez de pagar R$ 4 bilhões, a pechincha. Basta devolver R$ 1,7 bilhão...




Pronto. Foi publicada no Diário Oficial da União. A populista manobra da presidente Dilma Rousseff para agradar os irresponsáveis, incompetentes e, até alguns, corruptos dirigentes de futebol deste Brasil. Ao contrário de muitas empresas que fecham as portas e declaram falência nesta crise, dever impostos e não pagar a Receita Federal por décadas nada significa aos clubes. Conduzida pela bancada da Bola, deputados, senadores, ministros, de todos os partidos, convenceram Dilma. Além de parcelar a dívida de R$ 4 bilhões que os clubes deviam ao governo, ela deveria fazer mais. Dar incríveis descontos que para quem aderir à sua medida provisória. Além de 20 anos de parcelamento, a revelação. Se os clubes tiverem a decência de pagarem em dia, a dívida cai para R$ 1,7 bilhão. R$ 2,3 bilhões de desconto. É uma vergonhosa farra com o dinheiro público. Por que tanto agrado? Entusiasmo de Dilma pela maneira com que Marco Polo del Nero comanda a CBF? Pelas convocações de Dunga e Gilmar Rinaldi? A certeza da honestidade com que os dirigentes conduzirão seus clubes? Nada disso. O índice de aprovação de Dilma Rousseff era de 8% em agosto. A tendência é que tenha caído ainda mais. Deverá ser a presidente mais rejeitada da história desse país. Conseguiu ganhar de Collor na época do impeachment. Seus assessores estão desesperados por medidas populistas, que a façam ter a mínima sustentação política para cumprir seu mandato. Sem que o fogo atinja seu helicóptero por inteiro. Oportunidade para os aproveitadores de plantão. A bancada da Bola implorou pelo indecente refinanciamento da dívida dos clubes com a União. Pena que Santa Casas, hospitais e universidades não tenham representantes tão competentes. Dilma se apressou em aceitar as sugestões. E ainda posou como moralizadora do futebol nacional. Iludida, ingênua, alienada. Releia o trecho publicado no dia 6 de agosto. "A MP travou, de última hora, a liberação para a transparência. Dilma vetou a emenda que possibilitaria os clubes de virarem empresas. E ter sua administração revelada ponto a ponto a cada mês. Por quê? Porque ela a opção seria voluntária. Se vários clubes seguissem por esse caminho, todos deveriam seguir. Poderiam se tornar perigosamente competentes. E independentes. Não se submetendo, portanto, à uma entidade sem função mais profunda do que organizar tabelas de campeonatos e registrar jogadores. Uma tal de CBF.

A desculpa é que taxa de impostos seria menor ao governo. Seriam reduzidas de 9% para 5%. Pura balela. Os dirigentes querem seguir "administrando" na escuridão. O que é excelente para a CBF. Os dois lados se merecem. O veto é um acinte. Vergonha para quem jantou com a presidente e se sentia dono da lei. Ingênuo de ocasião. Além disso, os clubes conseguiram o direito sagrado de ser deficitários. Um brinde à incompetência, irresponsabilidade e corrupção das administrações. O projeto inicial obrigava a responsabilidade administrativa. Ou seja, não poderiam ter mais deficit financeiro até 2021. Só que quatro anos e mais R$ 4 bilhões de dinheiro público não bastaram. Eles conseguiram o direito de fechar seus balanços com 10% de dívida. A partir de 2019, continuarão podendo trabalhar no vermelho. Dever 5% até o fim dos tempos. Foi a glória para quem não quer administrar com responsabilidade. Além disso, os clubes conseguiram. Estarão livres para gastar até 80% de seu orçamento com o futebol. Sobrará apenas 20% para cuidar da administração. É óbvio que está desproporciona. O futebol consumirá dinheiro demais. Ou seja, a farra da irresponsabilidade está agora autorizada com a assinatura da presidente. Foram 36 artigos vetados. A vitórias foram pífias. E são comemoradas com entusiasmo enganador.

A principal, a eleição da CBF. Em vez de apenas as federações e clubes da Série A ter direito a votos, os 20 equipes da Segunda Divisão, também poderão votar. Piada. Os clubes da Série B são mais pobres, têm cotas de transmissão ridículas e são ainda mais fáceis de manipulação. Ou não é dando dinheiro, legalmente em forma de contribuições mensais, que a situação se mantém no poder na CBF? As equipes da Série A não enfrentam o comando da CBF com medo de retaliações." Tudo isso incomoda demais. Os clubes neste país aprenderam a ser irresponsáveis. O governo já desviou parte da Loteria Esportiva, criou Timemania, fez de tudo para ajudar dirigentes incompetentes, e algumas vezes, corruptos. Homens vitoriosos nas suas carreiras, mas que se comportam como enlouquecidos com o dinheiro do clube que presidem. Vários dirigentes estão disfarçando. Dizendo que vão pensar. Mas a esmagadora maioria dos clubes vai aderir. Ninguém quer ficar de fora desta festança. Para revolta dos cidadãos de bem e empresários que pagam todos seus impostos e dívidas com a Receita Federal, aqui estão os clubes e seus respectivos débitos. Os que serão parcelados em vinte anos.

Flamengo, R$ 265,9 milhões. Atlético Mineiro, R$ 175,8 milhões. Vasco da Gama, R$ 159,4 milhões. Botafogo, R$ 147,9 milhões. Fluminense, R$ 146,7 milhões. Corinthians, R$ 110,3 milhões. Internacional, R$ 94,4 milhões. Bahia, R$ 90,6 milhões. Santos, R$ 75,6 milhões. Grêmio, R$ 71,4 milhões. Coritiba, R$ 50,1 milhões. Cruzeiro, R$ 47,8 milhões. Palmeiras, R$ 47,5 milhões. São Paulo, R$ 44,2 milhões. Goiás, R$ 20,2 milhões. Sport, R$ 19,7 milhões. Figueirense, R$ 12 milhões. Vitória, R$ 11 milhões. Avaí, R$ 9,4 milhões.

Atlético Paranaense, R$ 730 mil.

Os clubes que já jogam confetes e serpentinas com a mamata são: Atlético Mineiro, Grêmio, São Paulo, Santos e Flamengo.

Os que fazem charme. Corinthians, Fluminense, Palmeiras, Internacional, Botafogo, Cruzeiro, Vasco, Vitória e Bahia.

O Atlético Paranaense de Mauro Celso Petraglia, não quer ninguém mexendo nos seus estatutos, não vai aderir.

Até novembro, as confirmações deverão chegar ao Planalto.

Aviso!!! Não adianta, se você for dono de um hospital, de uma universidade, de um laboratório médico, de um asilo, de um pronto socorro, de uma instituição de caridade. Não adianta mandar seu pedido de parcelamento de dívidas com o governo. Ou pedido de desconto. Se não pagar, seu estabelecimento será fechado. E você será processado, podendo ser até preso...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 25 Sep 2015 11:10:07

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