quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A desilusão do Fluminense com Ronaldinho Gaúcho. Sem força física, não consegue render. Atrapalha o time. Não é sombra do jogador fabuloso que foi. Precisa ter coragem. E repensar seu final de carreira...

A desilusão do Fluminense com Ronaldinho Gaúcho. Sem força física, não consegue render. Atrapalha o time. Não é sombra do jogador fabuloso que foi. Precisa ter coragem. E repensar seu final de carreira...




O Itaquerão deverá estar lotado hoje. O Corinthians lidera o Brasileiro. E tem um adversário direto na briga pelo título, o Fluminense. Mas não deixa de ser uma ducha de água fria. Para os torcedores e aos próprios jogadores corintianos. Eles queriam ver Ronaldinho Gaúcho com a camisa do rival. Mas ele ficou no Rio de Janeiro. Se recuperando fisicamente. Foi poupado. Assim como já havia sido contra Joinville e Paysandu. Bastaram seis partidas pelo Fluminense e a realidade bateu na porta do presidente Peter Siemsen. Neste país, quando a oferta é boa demais, há motivos de sobra para desconfiança. O irmão/empresário do meia e maior leiloeiro do futebol brasileiro aceitou tudo muito rápido. Um contrato de "apenas" R$ 400 mil mensais. Mais participação em publicidade e vendas de camisas com o nome Ronaldinho. Assis deixou claro que seria ótimo negócio para o clube. Só que infelizmente, a situação de Ronaldinho Gaúcho lembra muito a das últimas lutas do lendário Minotauro. O jogador, que foi duas vezes o melhor do mundo, está cansado. Aos 35 anos seu falta de movimentação é impressionante. A falta de força para arranques, dribles inacreditáveis, gols mágicos parecem ter ficado no passado. O treinador Enderson Moreira afirmou que não sabe onde escalar Ronaldinho. E admite publicamente. "Estamos fazendo um movimento para que a equipe possa se equilibrar com ele, para que ele possa, por exemplo, desequilibrar na bola parada. Estamos avaliando e tentando fazer o melhor possível para que possa se sentir à vontade e buscar a melhor condição." O grande problema de Enderson é que ele já tinha no Fluminense um jogador consagrado. Mas que também não se movimenta. Fred. Com a chegada do novo camisa 10, seriam dois atletas sem poder de recomposição, parados do meio de campo para a frente. O que Peter Siemsen acreditava ser sonho é, na verdade, pesadelo para o técnico.

A empolgação da torcida do Fluminense já se esvaiu. Como devido respeito que um dos mais espetaculares jogadores nascidos por aqui merece, Ronaldinho tem atrapalhado o time. Se limitado a bater faltas e escanteios. Não requer marcação individual. Qualquer sistema simples de volantes fechando a intermediária por setor e ele não consegue render. Não tem o fundamental no futebol moderno: velocidade. Qualquer garoto de 20 anos sem 5% de seu talento consegue chegar antes na bola. A situação é bastante complicada. Mesmo com toda boa vontade, os tricolores seguraram o quanto puderam. Mas na derrota contra o Atlético Mineiro o vaiaram, o xingaram, pediram para se aposentar. Foi uma situação constrangedora. E que ele fez questão de deixar pior. Após a derrota foi ao vestiário do seu ex-time e fez questão de tirar fotos. As imagens chegaram nas redes sociais e ele acabou sendo ainda mais xingado. Tentou justificar dizendo que sempre ia se confraternizar com times adversários, onde atuam amigos seus. Para piorar, em entrevista, confundiu o nome do clube que defende. O chamou de Flamengo. "Acho que quando encaixar tudo, o elenco todo jogando junto com todos os jogadores, o Flamengo... O Fluminense vai voltar a brigar pelo título", completou, sem graça. Ronaldinho assinou contrato com o Fluminense em julho. Estamos em setembro. E até agora não surgiram propagandas e muito menos é um sucesso a venda de camisas 10 tricolores. Pior. O principal patrocinador, Viton 44, pensa em abandonar o clube. A chegada de Ronaldinho Gaúcho foi apenas mais uma desilusão.

A decepção está sendo fulminante. Sua presença na equipe, nas atuais condições físicas, é mais do que dispensável. Já havia sido assim no Querétaro do México. Saiu de lá reserva e sem deixar saudades alguma. As farras, festas intermináveis do jogador iriam pesar. Ainda mais aos 35 anos. É mais do que normal. Ninguém é eterno. Talvez ele pensasse que fosse. Não foram necessários nem três meses. E sua rejeição no Fluminense é algo fulminante. Triste para um atleta com um passado magistral. O contrato nas Laranjeiras vai até dezembro. Mas de 2016. Pouquíssimas pessoas acreditam que ele ficará tanto tempo no clube. Pela sua insegurança nas entrevistas, nem ele. Levir Culpi não o dispensou, discretamente, do Atlético Mineiro à toa. Para o técnico, ele havia deixado de ser um jogador competitivo há muito tempo. E estava atrapalhando o rendimento de todo o time. É uma tristeza o que Ronaldinho Gaúcho está se submetendo neste final de carreira. Não precisaria estar passando por nada disso. É milionário, tem sua vida feita. A hora é de aproveitar a vida como sempre quis. Sem compromisso de treino, horário, jogos, nada. Apenas desfrutar tudo o que seu talento lhe proporcionou. O que está fazendo não é justo para o Fluminense. E muito menos para sua carreira. Ronaldo Fenômeno gordo passou por isso. Depois a amigos disse que poderia ter antecipado o fim. Seus últimos seis meses de Corinthians foram um desperdício. Que Ronaldinho e Assis tenham coragem. E sejam honestos com eles mesmos. O que acrescenta ser cobrado, vaiado por torcedores de seu clube? Criticado pela imprensa, que ainda tenta ver o jogador de 2005? Dez anos se passaram.

Mas quantos anos representaram esses dez na sua "vida louca"? Ronaldo também pensou que não houvesse sentido fora do futebol. Mas ele se mostra até mais feliz. Passou da hora de olhar no espelho. E se perguntar. É preciso ter um fim de carreira constrangedor? Vá viver, Ronaldinho. Ou então atuar em centros sem competitividade. Estados Unidos, Índia, China, Emirados Árabes.

Nos deixe ter saudade...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 02 Sep 2015 10:21:26

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