quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Ex-militar que perseguiu a guerrilheira Dilma, e maior patrocinador particular de clubes no país, se cansou. Quer abandonar Flamengo, Fluminense e Vasco. "Investir em futebol não vale a pena"...

Ex-militar que perseguiu a guerrilheira Dilma, e maior patrocinador particular de clubes no país, se cansou. Quer abandonar Flamengo, Fluminense e Vasco. "Investir em futebol não vale a pena"...




A notícia provocou um frio na espinha dos dirigentes de todo o Brasil. O presidente da Viton 44, Neville Proa, mandou avisar. Não quer continuar patrocinando o Fluminense. E também deseja romper o compromisso com o Vasco e com o Flamengo. "A nossa finalidade de patrocinar é aumentar nossas vendas. As vendas funcionam quando o povo tem dinheiro. Do jeito está essa situação, esses roubos, a situação brasileira está uma droga no país inteiro. "Nunca passamos tanta necessidade, em todos os setores, até no próprio futebol. As pessoas não têm dinheiro nem para pagar para assistir. Então, estamos aguardando dias melhores. Na minha cabeça hoje, nem pensar (em seguir com os patrocínios) ano que vem." A Viton 44 apareceu como uma enviada dos céus para o futebol carioca. O Flamengo havia perdido a Peugeot no final do ano passado. A empresa resolveu pagar R$ 20 milhões para estampar as costas da camisa rubro negra. Contrato até dezembro deste ano. Com o Vasco, Neville decidiu pagar R$ 15 milhões para ter também as costas da camisa. O compromisso termina em dezembro de 2016. Já o Fluminense o acordo deveria ser maior. R$ 12 milhões pelo patrocínio master até dezembro deste ano. Em 2016, o valor subiria para R$ 24 milhões.

Só que o empresário dono da marca quer desistir do futebol. Esperar terminar o ano com o Flamengo. E cancelar os contratos feitos em São Januário e nas Laranjeiras. A vontade de Neville é largar o Fluminense em outubro. Como já abandonou o Botafogo. Foram R$ 64 milhões entre 2011 e 2014. O empresário desistiu por falta de retorno. A Viton 44 está em crise. Teve de mandar embora 170 funcionários. As vendas despencaram. E ele quer largar o futebol. Neville está desiludido. E coloca a culpa governo federal, comandado pela presidente Dilma Rousseff. Aliás, ex-militar, ele garantiu que perseguiu Dilma quando ela pertencia ao grupo Vanguarda Armada Revolucionária Palmares. Tinha ordens de prendê-la durante a Ditadura Militar. "Eu sou um cara que faz tudo dentro das minhas condições. Eu vejo tanta pobreza e vejo gente roubando e fico me perguntando se não tem ninguém pra tomar uma atitude. Onde é que está nossa força? Já fizeram um monte de coisas ruins. E quem fez isso tudo foi o PT (Partido dos Trabalhadores). E quem está sofrendo é quem não deveria. Só sinto tristeza. Detesto comunismo! "Eu sou militar reformado e corri atrás dessa mulher (a presidente do Brasil, Dilma Rousseff) pra pegar ela e o José Dirceu. Nas reuniões comunistas em São Paulo, onde tinha, eu ia atrás. Isso foi na década de 70 quando eu era primeiro-tenente", disse em entrevista ao blog de Paulo Brito, da torcida do Fluminense.

O desabafo de Neville contra Dilma continuou. "A cada dia que passa, a gente está vendo uma série de problemas no mercado. É terrível. Nós estamos fazendo tudo para que isso nos fortaleça, mas está complicado. O futebol é a paixão do brasileiro, mas nem isso está dando resultado. Eu tenho medo do que vai acontecer daqui pra frente. Estou apavorado! "Tem que tirar essa mulher (Dilma Rousseff) daí urgente! Eles (o PT) que esculhambaram com tudo. O pessoal está desempregado, sofrendo pra caramba. Nunca foi tão ruim. Isso é uma agonia pra mim." Neville teve um estande de tiro no Rio de Janeiro, o primeiro com autorização no Brasil. Teve de fechá-lo porque bandidos iriam aprimorar sua pontaria por lá. Decidiu apostar no mercado de refrescos. Sua empresa deu certo. E decidiu investir no futebol. Mas se arrepende profundamente.

A crise financeira faz com que o Santos não tenha patrocínio master desde 2013! O São Paulo está há mais de um ano. O Cruzeiro, atual bicampeão brasileiro, ficou oito meses sem. Acaba de fechar com os Supermercados BH, empresa que pertence a um conselheiro do clube. Foi a resposta ao rival Atlético Mineiro. Rubens Marins, presidente da MRV Engenharia, banca a camisa do clube que ama. O Palmeiras recebe R$ 40 milhões de José Roberto Lamacchia, dono da Crefisa e das Faculdades da América. A Caixa Econômica Federal privilegia Flamengo, Vasco, Corinthians, Atlético Paranaense, Coritiba, Figueirense, Chapecoense, Sport, CRB, Atlético Goianiense, ABC e Vitória. Gasta mais de R$ 100 milhões com os clubes. Há uma determinação para que em 2016, os contratos sejam drasticamente reduzidos. Está claro que, sem ligações com o governo federal, conselheiros ou "amigos" milionários, os clubes deste país penam na busca de patrocínio. As declarações do ex-militar que perseguiu Dilma Rousseff repercutem. As equipes cariocas devem perder sua tábua de salvação. O que só aumenta a já enorme insegurança nos clubes em relação a 2016. As dificuldades de gestão tendem a aumentar. A recessão é maior do que parece. "Investir em futebol não vale a pena", decreta Neville. Ele deve saber o que diz. Afinal, é o maior patrocinador particular do Brasil...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 02 Sep 2015 13:09:03

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