domingo, 6 de setembro de 2015

Atormentado pelas dívidas, São Paulo processa CBF. Quer R$ 17,8 milhões por salários que a entidade não pagou a seus jogadores. Medo de Marco Polo é o efeito cascata. E ter de pagar o salário de Neymar, Kaká, Lucas...

Atormentado pelas dívidas, São Paulo processa CBF. Quer R$ 17,8 milhões por salários que a entidade não pagou a seus jogadores. Medo de Marco Polo é o efeito cascata. E ter de pagar o salário de Neymar, Kaká, Lucas...




Art. 41. A participação de atletas profissionais em seleções será estabelecida na forma como acordarem a entidade de administração convocante e a entidade de prática desportiva cedente. § 1o A entidade convocadora indenizará a cedente dos encargos previstos no contrato de trabalho, pelo período em que durar a convocação do atleta, sem prejuízo de eventuais ajustes celebrados entre este e a entidade convocadora." Este é o primeiro parágrafo do artigo 41 da Lei Pelé. Mais cristalino do água dos montes suíços, onde bem perto, por sinal, está enjaulado o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. A Lei 9.615 passou a valer no dia 24 de março de 1998. Seria simples. A CBF convoca e paga os salários dos atletas enquanto eles estiverem à disposição da Seleção Brasileira. Ricardo Teixeira até que bancou no começo. Até 2002 pagava para quem cobrava. Mas depois decidiu. Ele era mais importante do que qualquer lei. Se o clube quisesse receber esse dinheiro, poderia pedir a dispensa do seu atleta. Teixeira foi maquiavélico. Sabe o quanto os jogadores se valorizam com as convocações. Facilitam as transações para o Exterior. Fora outras retaliações como não liberar empréstimos, não ajudar na antecipação de cotas da Globo. Durante 14 anos os clubes decidiram se calar. Carlos Miguel Aidar, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, e que serviu como advogado da CBF sabia dessa situação. Ao assumir a presidência do São Paulo viu que a terrível situação financeira do clube. Primeiro ele mesmo anunciou R$ 270 milhões. Disse que se enganou e, de uma maneira mágica, o débito seria de R$ 127 milhões. Mas conselheiros asseguram que bate nos R$ 400 milhões. O que está claro desde o primeiro dia no Morumbi é a necessidade de dinheiro. Decidiu enfrentar a CBF. E em outubro do ano passado notificou a entidade. Queria o dinheiro que o São Paulo teria direito. A presidência ainda era ocupada por Marin. Ele desprezou o pedido. Assim como Marco Polo del Nero.

Aidar não se conformou. E decidiu comprar a briga. Fez o cálculo de dezenas de atletas chamados nas últimas décadas. E que o São Paulo continuou pagando como se estivessem no Morumbi. Vários deles disputaram Copa do Mundo e ficaram por até dois, três meses sem produzir nada para o clube. Só para a CBF. A ação chega a R$ 17.858.792,56 milhões. Na lista de atletas estão Denilson, Zé Carlos, Fábio Aurélio, Júlio Baptista, Belletti, França, Kaká, Leonardo, Gustavo Nery, Luis Fabiano, Grafite, Cicinho, Josué, Casemiro, Miranda, Richarlyson, Lucas, Henrique, Rodrigo Caio, Boschilla e Rogério Ceni. A conta é simples. Basta somar os dias que o atleta ficou à disposição da Seleção Brasileira. A decisão surpreendeu a cúpula da CBF. E haverá a tentativa de defesa. Mas o clube paulista tem enorme chance de sair vencedor.

Os demais clubes do país e até do Exterior estão atentos. Será um alívio no caixa muito bem-vindo. Marco Polo tem mesmo de temer o efeito cascata. Por exemplo, Neymar recebe cerca de um milhão de euros, cerca de R$ 4,2 só de salário a cada 30 dias. Kaká, R$ 2 milhões a cada 30 dias no Orlando City. Lucas renovou com o PSG. Ganha R$ 1,2 milhão mensais. E por aí vai... Basta haver um mínimo de organização e união dos clubes e terão direito o que a CBF sonega. Mesmo estando na legislação. Como o Brasil pode ficar sem seus principais jogadores. Esta ação do São Paulo pode perturbar a já complicada vida de Dunga. O medo de Marco Polo é uma chuva de ações que obrigaria a CBF a pagar um dívida altíssima. E daqui por diante ter de seguir pagando salários dos jogadores. Em plena recessão no mundo, a milionária CBF que se prepare. Aidar já disse a conselheiros que a ação não será retirada de maneira alguma. Não quer acordo. Precisa do dinheiro. Tudo está nas mãos da morosa justiça brasileira. Talvez seja este o maior dos problemas...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Sep 2015 12:53:47

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