quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O Brasil de Dunga, campeão de amistosos, venceu os Estados Unidos por 4 a 1. O problema é quando os jogos são para valer. No mês que vem, sem Neymar, contra o Chile, pelas Eliminatórias é que interessa....

O Brasil de Dunga, campeão de amistosos, venceu os Estados Unidos por 4 a 1. O problema é quando os jogos são para valer. No mês que vem, sem Neymar, contra o Chile, pelas Eliminatórias é que interessa....




O Brasil tem duas caras. Uma sem Neymar, repleta de jogadores bons, competitivos, previsíveis. Outra, com ele. Um dos maiores talentos do futebol mundial. Habilidoso, agudo, veloz, artilheiro e completamente imprevisível. A ponto de o Barcelona recusar R$ 760 milhões que o Manchester United ofereceu pelo camisa 10 do Brasil. Sem o capitão brasileiro, a Seleção dominava, mas vencia a fraca seleção dos Estados Unidos por 1 a 0, gol de Hulk. Ele entrou e o amistoso em Boston acabou 4 a 1, com dois gols dele e participação efetiva no de Rafinha Alcântara. Agora resta saber se o Brasil de Dunga, todo poderoso nos amistosos, consegue se impor em jogos valendo três pontos, na competição. Foi assim na Copa do Mundo de 2010, na Copa América de 2014. Dois fracassos. Resta saber se tudo será diferente a partir do mês que vem. As Eliminatórias começam no dia 8 de outubro, em Santiago, contra o Chile. Sem Neymar, suspenso. Este será um enorme problema. Os Estados Unidos não foram nem sombra do terrível adversário pintado por Dunga. O treinador brasileiro valorizou o quanto pôde o adversário. Chamou o jogo de duríssimo teste. Assessores da CBF fizeram questão de lembrar que o time de Jürgen Klinsmann havia derrotado a Alemanha e a Alemanha em amistosos. Só que se esqueceram de dizer que a equipe está em crise. O time foi eliminado da Copa Ouro pela Jamaica em Atlanta, o que provocou enorme decepção da imprensa, dos torcedores. A equipe não participará da Copa das Confederações em 2017. Klinsmann está sendo questionado. Com uma situação parecida com a de Dunga, ir muito bem nos amistosos. Quando há a competição, seu time fracassa. Depois de valorizar o quanto pôde os americanos, Dunga tratou de colocar seu time em campo. E como um Hamlet de Ijuí, ele confessava seu drama. Em vez do "ser ou não ser", sua dúvida existencial era "treinar ou jogar para valer". Lógico que ele escolheu jogar para valer. Sabia que seria cobrado pelo resultado. Já houve queixas diante da apertada vitória por 1 a 0 contra a Costa Rica. Ele começou a partida com duas alterações em relação ao time que jogou no sábado. Ele colocou Fabinho e Elias nas vagas de Danilo e Fernandinho. A equipe brasileira ganhava em saída de bola, se tornava mais ofensiva. Só que perdia na marcação. O sistema de jogo foi repetido e deverá ser o que iniciará as Eliminatórias. Dunga tem uma linha de raciocínio que não é difícil de adivinhar. Seguirá pelo 4-5-1. Quer o time muito mais compactado do que na Copa América. Será assim que enfrentará o Chile, em Santiago. Decidiu que, sem Neymar suspenso dos dois primeiros jogos, caberá a Hulk ficar isolado na frente. Como um pivô. Em uma posição que ele não gosta e não atua no Zenit. Mas não quer criar problemas com o treinador. Então lá foi ele dar trombadas e tentar abrir no peito espaço na defesa norte-americana. O que não foi difícil, já que o sistema defensivo de Klinsmann é fraquíssimo. Composto por jogadores ruins. De cintura dura. Fortes, mas fáceis de serem driblados. Luiz Gustavo ficava postado na frente da zaga. Elias tentava repetir o que faz muito bem no Corinthians. Mas se ressentia de novo da falta de entrosamento. Willian pela direita, Lucas Lima centralizado e Douglas Costa pela esquerda se viravam em um vai e vem exigido por Dunga. Tinham a obrigação de fechar as laterais e intermediária. E estarem prontos para contragolpes velozes. E Hulk lá, como um pivô de futsal. Esse o Brasil do meio para a frente. Um treinamento específico, já que Neymar está suspenso e não enfrentará Chile e Venezuela. O camisa 10 do Brasil e convocação obrigatória por contrato começou a partida no banco de reservas. A Seleção parecia que não precisaria tanto dele. Aos nove minutos já fazia 1 a 0. Willian fez ótima jogada pela direita. E tentou cruzar. A bola bateu na trave e sobrou para Hulk. O paraibano fingiu chutar com o pé esquerdo e tocou a bola para o direito. Com esse drible "espetacular" tirou dois zagueiros mais ingênuos do que investidores do Boi Gordo. Hulk chutou forte para as redes de Guzan. Brasil 1 a 0.

A euforia durou pouco. Porque a partir do gol, os norte-americanos trocaram sua postura escancarada em campo. Em vez do 4-3-3, Klinsmann percebeu que tinha de reforçar o meio de campo. E logo os Estado Unidos estavam também no 4-5-1, fazendo um "espelho" do sistema brasileiro. O que se viu no resto do primeiro tempo foi um jogo monótono, burocrático. Com o Brasil melhor, mas sem chutar a gol. Atuação irritante. No intervalo, Dunga apelou. E colocou Neymar no lugar de Hulk. Embora não conte muito, Firmino entrou no lugar de Willian. O jogador do Barcelona mudou o panorama do jogo. Ele desfilou seu talento em campo. Estava muito acima dos demais. Não só os norte-americanos. Bastaram três minutos e logo ele deu drible humilhante em Cameron e foi derrubado. Pênalti que ele mesmo cobrou. Brasil, 2 a 0. Com Neymar, o time todo do Brasil melhorou. Os norte-americanos ficaram perturbados com os dribles do camisa 10 e davam espaço aos demais comandados por Dunga. As entradas de Lucas e Rafinha Alcântara nos lugares de Lucas Lima e Douglas Costa também ajudaram. Eles são mais ofensivos, agudos, verticais. E mal entraram, o Brasil fez 3 a 0. Lucas tabelou com Neymar. O camisa 10, impedido, fez um corta luz. A bola caiu nos pés de Rafinha Alcântara, que dribla um defensor e bate com convicção. O amistoso vira goleada aos 18 minutos.

Mas ainda teria um golaço de Neymar. Três minutos depois, Lucas tocou para Neymar dentro da área. Ele saiu driblando dois zagueiros como quis e tocou com a bola levemente para as redes. Parecia gol de treinamento, tamanha a facilidade. Belo 4 a 0. A partir daí, o Brasil diminuiu o ritmo. O jogo estava ganho, bem ganho. Os Estados Unidos diminuíram aos 45 minutos do segundo tempo, em um violento chute da intermediária de Danny William. A bola foi na direção da cabeça de David Luiz e atrapalhou Marcelo Grohe. 4 a 1. Neymar chegou a 46 gols. Segue como quinto maior artilheiro da Seleção. Está a apenas dez gols do quarto, Romário. Mas o que interessa para Dunga é que por trás do 4 a 1, fácil com Neymar, há o 1 a 0 sem a grande estrela. E será esse time sem brilho que irá para o confronto contra o Chile. Ele que prepare bem a compactação contra o campeão da Copa América. Tudo para tentar segurar o empolgado campeão da América de Sampaoli. Pena que dia 8 de outubro não seja outro amistoso...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 Sep 2015 23:38:39

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