sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Osório se mostra cada vez mais decepcionado. A diretoria do São Paulo exige mais resultados e menos críticas em público. O sonho colombiano pode acabar mais cedo do que todos imaginam...

Osório se mostra cada vez mais decepcionado. A diretoria do São Paulo exige mais resultados e menos críticas em público. O sonho colombiano pode acabar mais cedo do que todos imaginam...




"Isso (crise política) interfere, tira instabilidade de cima até embaixo. Inacreditável (trocas de acusações). Muitas coisas interferem. Eles são seres humanos como todos. Eles ouvem um falando uma coisa, outro falando outras, carta do um para o outro... Por favor! São muitas coisas para um time, muita gente falando ao mesmo tempo... Não pode ser assim. Os jogadores percebem os problemas que existem no clube "O Flamengo levou 67 mil pessoas em Brasília (contra o Coritiba, também nesta quinta) e aqui... Torcidas alemãs e inglesas empurram o time, mas na América do Sul é diferente. É o time que precisa empurrar a torcida. Isso eu sinto que atrapalha o rendimento. Um verdadeiro torcedor aplaude e torce por sua equipe do começo ao fim. Aqui (no São Paulo) sofremos muito mais com isso." "A única dificuldade que tenho são os jogadores que não estão mais. Se todos estivessem aqui seria tudo muito diferente." Juan Carlos Osório está desgastado. Bastaram três meses e seu sonho desabou. Percebeu que o tricampeão mundial não deixou de ser um "pedaço da Europa" na América do Sul. Pelo contrário. Não há o mínimo de estabilidade entre seus dirigentes. Não há a cumplicidade dos torcedores. Nem sinceridade por parte daqueles que o contrataram. E o acabaram promovendo um desmanche nunca citado nas várias conversas em Medellín.

Já está claro o arrependimento de ter vindo para o Brasil. Ele era tratado como um rei no Atletico Nacional. Tinha perfeita comunhão com dirigentes, um ídolo dos torcedores. Dentro da limitação financeira da equipe colombiana, todos os seus desejos era cumpridos. Havia coesão. O planejamento era respeitado. Tinha os jogadores na mão. Sabia muito antes quando alguém seria negociado. Não era pego de surpresa. Mas quis alçar vôos maiores e acabou seduzido, iludido pelo pelo panorama apresentado por Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerrero. Ele não tinha ideia da instabilidade política, da profunda crise financeira, de quanto a torcida está impaciente. Passou a entender porque a última Libertadores e Mundial foram conquistados dez anos atrás. O último Brasileiro, sete anos. Até o insignificante Paulista, também faz dez anos que o clube não vence. Osório chorou muito ao anunciar sua saída. Os dirigentes do Atlético Nacional também choraram. Foi uma comoção pouco vista no futebol profissional de hoje em dia.

Seu salário de R$ 250 mil mensais é muito para a Colômbia. Não para o mercado internacional. Por exemplo, para o México. O Cruz Azul quis levá-lo. E foi sondado pela própria Seleção Mexicana. Disse não publicamente. E agora se mostra cada vez mais amargurado no São Paulo. Ele não sonhava apenas com uma vaga para a Libertadores da América. Ficar entre os quatro melhores do Campeonato Brasileiro. Desejava conquistá-lo. Mas já há 12 pontos de distância para o Corinthians. Há a Copa do Brasil, torneio que o time nunca conquistou. Terá pela frente nestas quartas de final, o lanterna do Brasileiro, o Vasco. No mesmo Morumbi, onde seu time foi muito vaiado depois do péssimo desempenho no 0 a 0 contra o Chapecoense. O treinador não tem a confiança que a torcida será uma grande aliada neste mata-mata. Osório sabe que a eliminação seria um desastre. Do outro lado, os dirigentes começam a se irritar com as queixas do técnico em público. Principalmente depois de resultados ruins do time. A crise política já estaria sendo desculpa pelas decepções no gramado. Além disso, já há aqueles que questionam o desrespeito à hierarquia. Um funcionário não teria o direito de questionar diante da imprensa a administração do São Paulo. Não há mais a proximidade entre Ataíde e Aidar de Osório. O discurso público é uma coisa. No Morumbi é outra. Não há mais graça nos bilhetinhos do treinador aos jogadores. Na maneira polida com que trata os atletas. Aceitando até atos de revolta de Ganso, Centurión, Michel Bastos. Atos infantis de Luís Fabiano, como o ficar sete partidas fora do time contundido e, logo no seu retorno ontem, tomou o terceiro amarelo. E não joga contra o Avaí. A decepção do treinador com a torcida, depois da vitória contra o Grêmio em Porto Alegre, foi grande. E a comparação com a do Flamengo, que quebrou recorde do Brasileiro e lotou o Mané Garrincha, acabou sendo dura demais. Teve eco nas redes sociais. Pela primeira vez ontem, os torcedores xingaram Carlos Miguel Aidar. Ataíde é xingado em todo jogo. O presidente e o vice de futebol enxergam influência das palavras de Osório na rejeição dos torcedores. Aidar e Ataíde querem mais resultados e o fim das críticas à diretoria. Algo que, por exemplo,o esperto Vanderlei Luxemburgo não faria. Osório está profundamente decepcionado. A relação se desgastou de maneira rápida demais. O sonho colombiano está sendo reavaliado. Pelas duas partes, diretoria e técnico. Ninguém se mostra plenamente satisfeito. Principalmente Osório. Ele já deixou de ser o "Lorde" há muito tempo...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Sep 2015 10:14:24

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