sábado, 19 de setembro de 2015

Jérôme Valcke. O homem que deu um pontapé no traseiro do Brasil. Como, o futuro presidente da Fifa, se tornou mero cambista de ingressos de Copas do Mundo. E pode parar na cadeia...

Jérôme Valcke. O homem que deu um pontapé no traseiro do Brasil. Como, o futuro presidente da Fifa, se tornou mero cambista de ingressos de Copas do Mundo. E pode parar na cadeia...




"Essa é por todos os brasileiros. Aquele falastrão, corrupto e chantagista do secretário da FIFA, Jerome Valcke, levou hoje um chute no traseiro. Ele foi o interlocutor do Brasil com o FIFA durante a preparação da Copa do Mundo de 2014. "Aturamos a arrogância desse bandido, embora eu tenha me manifestado várias vezes para que o Governo tomasse uma atitude enérgica e não aceitasse esse cara como interlocutor. Ele chegou a dizer que o Brasil deveria levar um “chute no traseiro”, por causa dos atrasos. "Hoje ganharam as manchetes de jornal as denúncias de que Valcke ficava com parte do dinheiro de ingressos da Copa do Mundo de 2014. Ele teria lucrado 2 milhões de euros (cerca de R$ 9 milhões), em acordos firmados para ficar com 50% dos lucros da venda dos bilhetes no Brasil. "O empresário que acusou Valcke, Benny Alon, também revelou que 8,3 mil entradas para a Copa desapareceram e que teriam que ser vendidas por Valcke. "Não que a FIFA seja um exemplo para demitir Valcke, eles deveriam se auto implodir e começar do zero. Mas a queda do Valcke, por causa deste escândalo de ingresso, reforça ainda mais a importância da CPI do Futebol."

Esta foi a reação do senador Romário. A que melhor resumiu a notícia que o secretário-geral da Fifa, desde 2007, o francês Jérôme Valcke havia sido flagrado em um esquema para ficar com 50% dos lucros da venda de ingressos, com ágio de mais de 200% no valor do já caríssimos ingressos. Essa ação teria rendido cerca de dois milhões de euros, R$ 8,9 milhões. Toda falcatrua foi denunciada por dez jornais no mundo todo. Ao mesmo tempo, nesta quinta-feira. Há a certeza que a denúncia faz parte do departamento de Justiça dos Estados Unidos. Na semana passada, houve o aviso. As investigações que acabaram com a prisão de oito prisões de membros da cúpula da Fifa continuam. E que haveria novidades. Elas vieram. E-mails comprometedores entre Valcke e Benny Alon, chegaram aos repórteres. Benny é dono da empresa encarregada de vender os ingressos para a Copa, a JB Marketing. Desde 1990 ele negocia as entradas para os jogos. Nos e-mails fica claro, de forma assustadora, que Valcke e Benny agiam como dois cambistas. E superfaturavam os preços de entradas para jogos do Brasil e os decisivos do Mundial. Foram nada menos do que 11 mil ingressos no Brasil. Mas e-mails trocados desde 2009 mostram que o esquema existe desde a Copa de 2010. "Valcke foi até seu cofre, colocou suas digitais e tirou dali nosso contrato. Ele então me perguntou: "O que tem aqui para mim?". Respondi que poderíamos dividir 50% para cada um. Naquele momento, não pensava que a divisão seria com Valcke, mas com a Fifa e que a entidade ficaria com 50% do lucro que eu fizesse", revelou "Entre nós, 8.850 ingressos de categoria 1 para [as Copas de] 2010 e 2014 é um monte de ingressos. Eu vou ter que parar de jogar golfe e trabalhar para vender todos esses ingressos. Mas eu fico feliz de trabalhar", ironiza Benny, em um dos e-mails.

Com a ajuda de Valcke, a JB Sports ganhou a concorrência para negociar as entradas para as Copas de 2010, 2014, 2018 e 2022. A empresa daria suporte para uma eventual candidatura do secretário-geral à presidência da Fifa. Uma mão lavaria a outra. Vale lembrar que esses ingressos eram vendidos no mercado negro. A Copa de 2006 simplifica as transações. Dois mil ingressos, nos lugares mais nobres do estádio Allianz Arena, estranhamente não foram vendidos. Em seguida sumiram da contabilidade da Fifa. Benny revela que foram vendidos e o dinheiro foi dividido com Valcke. O esquema envolve também a empresa Match, responsável pela venda de pacotes de viagens da Fifa. Há quem possa pensar que pouco dinheiro passou pelas mãos do secretário geral da Fifa. Por que com tantos bilhões envolvendo transmissões, patrocínios e as polêmicas escolhas das sedes das Copas, se envolver com ingressos? A resposta saiu da boca do próprio Benny, apontado como sócio de Valcke. "Foram mais de 110 mil ingressos entraram no mercado, o que representa um lucro de US$ 110 milhões (R$ 434 milhões)."

O francês foi tratado como chefe de estado antes, durante e depois da Copa do Mundo. Governadores e ministros se estapeavam para ter alguns minutos de sua atenção. Todos tinham a certeza que ele seria o novo presidente da Fifa. Não se importavam com seu passado. Em 2006, o ex-executivo chefe da emissora francesa Canal+ era diretor de marketing da Fifa. Estava há três anos no cargo. Quase foi preso porque uma corte de Nova York julgou que ele agiu de forma ilegal na disputa entre a Visa e a Mastercard pelo patrocínio da Fifa. Graças à informações privilegiadas de Valcke, a Visa teria vencido a disputa e acabado com a parceria com a Mastercard, depois de 17 anos. O francês escapou da cadeia. Mas perdeu seu cargo. A Fifa teve de pagar uma multa de 60 milhões de dólares, cerca de R$ 236 milhões. Mesmo assim o presidente Joseph Blatter o quis ao seu lado. Em junho de 2007, Volcke voltava com mais poder, o de secretário geral da Fifa. E foi figura fundamental na escolha das sedes da Copa de 2014, 2018, 2022. Brasil, Rússia, Catar. A imprensa inglesa garante há tempos que o que pesou para a Fifa nestas escolhas foram a imprensa fraca internacionalmente e governos submissos à vontade de Blatter e Volcke. A revelação das vendas ilegais de ingressos pode levar à cadeia o francês. Ele teria pedido uma quantia financeira para abandonar o seu cargo para renunciar ao seu cargo, quando desconfiou que estava sendo investigado. Ele tinha contrato até fevereiro de 2016. A Fifa negou. Seu antecessor, Urs Linsi, havia recebido cerca de US$ 4 milhões, ou seja, R$ 15,7 milhões. Isso em 2007, quando teve problemas com Blatter.

Volcke não ganhou um centavo da Fifa. Foi destituído de todos os poderes. Seu sucessor, escolhido. Markus Kattner, diretor financeiro da entidade. O francês ainda pode ir parar na cadeia.
Tudo o que está acontecendo com Volcke é a demonstração que o Departamento de Justiça Norte-Americana não está brincando. Há outros alvos de investigação. A desconfiança que o ex-presidente Ricardo Teixeira e o atual comandante da CBF, Marco Polo del Nero podem ser os próximos. Não teria sido por acaso que o deputado federal do Espírito Santo, Marcus Vicente, consultou a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Guloso, ele quis saber se haveria algum problema em continuar como deputado e assumir a presidência da CBF. Ele é o vice presidente da CBF que Marco Polo mais confia. Se houver qualquer problema com a justiça, o presidente pode se licenciar da entidade por 180 dias, prorrogáveis por mais 180. Se renunciar, o herdeiro do seu poder seria o vice mais velho, Delfim Peixoto, hoje inimigo de morte de Marco Polo. A situação está muito complicada. Para muita gente que se achava intocável. O pontapé no traseiro de Volcke é uma das provas. De futuro presidente da Fifa. Ele se tornou um mero cambista...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 19 Sep 2015 13:53:55

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