Uma oportunidade de ouro para alguns. Uma loucura para outros. E apenas a volatilidade do mercado para terceiros. O Palmeiras está perto de comprar o que já teve até dezembro. Vale a explicação, com calma. O clube possuía 70% dos direitos de Gabriel Jesus. O primeiro contrato foi assinado com o garoto quando ele tinha 16 anos, em 2013. Valeria até dezembro deste ano. Salários de R$ 2,5 mil. Multa rescisória, R$ 3 milhões. Logo outros clubes se interessaram no garoto. O São Paulo teria oferecido até uma casa em Alphaville para os pais do menino. Mais R$ 80 mil mensais. O dinheiro da multa rescisória seria depositado em juízo, caso a diretoria palmeirense não aceitasse. Ou,melhor ainda, o clube esperaria até dezembro e teria o garoto de graça. Bastasse ele não renovar. Dirigentes no Parque São Jorge chegaram até cogitar ter o menino que desperdiçaram. Para quem ainda não sabe, Gabriel Jesus passou um mês em testes no Corinthians. Só que não teve a atenção necessária. E foi para o Palestra Itália. Em dezembro do ano passado, Paulo Nobre recebeu o aviso dos empresários do garoto. Ou o Palmeiras fazia novo contrato ou ele iria embora. O dirigente soube do assédio do São Paulo. Fábio Caran e Cristiano Simões queriam um bom aumento e excelente luvas para o menino. Ou ele iria embora. O presidente estava traumatizado pelo fracasso na caríssima contratação de Leandro do Grêmio. O clube pagou R$ 8 milhões por 64% do atacante. E fechou salários de R$ 150 mil. Contrato de cinco anos. Muito mal, ficou sem espaço. Foi repassado por empréstimo ao Santos. O clube da Vila Belmiro só o contratou porque ele aceitou receber menos, R$ 120 mil.
A saída, proposta pelos empresários e aceita por Nobre, foi a cessão de direitos do jovem atacante. O Palmeiras tinha 80% e os empresários e o atleta, os outros 20%. Na nova divisão, o Palmeiras manteve apenas 30%. 15% ficou para o jogador. 32,5% para Cristiano Simões. 22,5% para Fabio Caran. A multa ao Exterior subiu para 40 milhões de euros, R$ 170 milhões. Ao mercado brasileiro, R$ 39 milhões. O contrato de cinco anos foi de produtividade. Seus salários saltaram para R$ 15 mil até o final do ano. Em 2016, pulariam para R$ 25 mil. R$ 35 mil em 2017. R$ 45 mil em 2018. R$ 60 mil em 2019. Só que o seu ótimo desempenho garantiu convocações para a Seleção Brasileira sub-20. Foi destaque no último Mundial na Nova Zelândia. Voltou valorizado com o vice-campeonato. Além disso, recebe um plus a mais cada vez que começa uma partida como titular do Palmeiras. Resultado. Somando tudo que tem direito, já embolsa R$ 45 mil.
A novidade é que houve um rompimento entre seus agentes. E Fabio Caran quer se separar de Cristiano Simões. Está disposto a vender os 22,5% que possui dos direitos de Gabriel Jesus. A pedida é alta. 4 milhões de dólares. R$ 15,2 milhões. Já há outros agentes interessados. Caran é muito amigo de Ronaldo Fenômeno. Teria até oferecido esse percentual ao ex-jogador. Wagner Ribeiro, empresário de Neymar, também teria mostrado interesse. O Palmeiras tem a prioridade na compra desta porcentagem. Desde que iguale qualquer proposta. Paulo Nobre não gostaria de se desgastar politicamente comprando o que foi obrigado a negociar. Apenas oito meses depois. A saída é apelar para o também bilionário José Roberto Lamacchia, dono da Crefisa. E pedir que ele compre parte dos direitos do garoto. Assim como já bancou Lucas Barrios. E também a camisa do clube. A decisão deverá acontecer nos próximos dias. Nobre acredita que vale o investimento. Não quer ver Ronaldo ou Wagner Ribeiro com parte da principal revelação da categoria de base do Palmeiras na última década. E deseja ter o controle de 52,5% do jogador. Aí ficaria dono do seu destino...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 Sep 2015 16:23:56
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