quarta-feira, 16 de setembro de 2015

As inacreditáveis brigas pelo poder no São Paulo. Carlos Miguel Aidar cada vez tem mais inimigos. Não é por acaso que os patrocinadores fogem do clube...

As inacreditáveis brigas pelo poder no São Paulo. Carlos Miguel Aidar cada vez tem mais inimigos. Não é por acaso que os patrocinadores fogem do clube...




"O que o Alex (Bourgeois, CEO indicado por Abílio Diniz e demitido na semana passada) queria era criar um Conselho Administrativo acima da presidência. Eu seria o presidente desse Conselho, mas não teria poder de decisão. Não existe isso. Eu fui eleito presidente do São Paulo, o regime é presidencialista. O estatuto diz isso, não vou delegar isso a ninguém. Para chegar onde cheguei, é preciso primeiro ser conselheiro, não palpiteiro, não pitaqueiro. Segundo, tem de ganhar uma eleição, ser eleito legitimamente pelo Conselho. Eu fui eleito. Vou exercer esse mandato até o final dentro de um regime presidencialista. "Alex entrou num campo para o qual ele não foi contratado. Alex foi contratado para fazer o que se chama de back office, ou seja, cuidar da gestão. Ele reuniu uma série de informações, reuniu contratos, portanto não é verdadeira a afirmação dele, ele mente quando diz que não teve informações. Ele tinha todas as informações. Todos os contratos, todos os negócios do São Paulo foram abertos para ele, sem sombra de dúvida. Só que ele enveredou para um caminho político, levado não sei por quê, talvez deslumbrado com a receptividade e as costas-quentes que ele tinha do Abilio, e acabou enveredando para um caminho que não me agradou "O que me parece que o Leco (Carlos Augusto Barros e Silva, presidente do Conselho Deliberativo) fez (avisar que o clube está sem dinheiro para pagar o salário dos jogadores), na verdade, foi repercutir uma coisa que o Alex havia dito. O São Paulo tem dinheiro. É verdade, tivemos atrasos no passado, mas isso acabou. O grande problema do Leco, do Roberto Natel, esses dois principalmente, é que no dia que o Juvenal apontou pra mim e disse "Carlos Miguel é o candidato", os dois ficaram frustrados. "Os dois se prostraram ao longo de oito anos como possíveis sucessores. Eles esperavam ser candidatos ao fim dos cinco anos de Juvenal, quando houve a manobra que vocês bem conhecem. Ficou mais três, e quando chega no fim dos oito anos, que todos eles esperavam, o dedo é apontado para mim. Deu uma frustração. Eu ainda acomodei o Leco na presidência do Conselho. Fui eu que chamei o Leco para ser presidente do Conselho, quase como um prêmio de consolação."

No Panamá, Carlos Miguel Aidar coloca ainda mais fogo na briga com Abílio Diniz. O clube está em uma profunda crise financeira. Um ano e dois meses sem um patrocinador master. Dívida assumidas de R$ 270 milhões, mas que podem estar batendo nos R$ 400 milhões. Um estádio ultrapassado. O São Paulo. O São Paulo está completamente dividido entre os dirigentes. Aidar anunciou um plano de arrecadação de R$ 100 milhões. A solução, um garoto de 10 anos, poderia oferecer. Procurar são paulinos ricos, apaixonados pelo clube. E sugerir a colaboração com o clube, investindo nos meninos da base. A proposta mínima que o presidente sonha em receber é de R$ 1 milhão. Vinícius Pinotti, Abílio Diniz, Roberto Justus, Felipe Massa, Rodrigo Faro, Henri Castelli, Zezé di Camargo, Ives Gandra esses seriam as "vítimas". Lógico que a proposta não saiu do papel. O empresário Abílio Diniz procurou Aidar. Disse que a administração do São Paulo deveria ser modernizada. Ofereceu um CEO, um executivo de alto nível para essa missão: Alex Bourgeois. A contratação foi aceita, no final de junho. Bourgeois fez uma análise profunda dos muitos problemas do clube. Nos três meses que trabalhou, antes de ser demitido, sua situação foi constrangedora. Conselheiros avisavam que ele iria ser demitido em pouco tempo. Ele queria ter autonomia o que Aidar nunca concordou.

"Quinze dias depois que eu entrei lá eu percebi que o objetivo pelo qual eu havia sido contratado jamais se concretizaria. Eu fiquei em uma sala isolada esse tempo todo, com muito pouco acesso a informação. Eu pedi contratos que eu nunca tive acesso. Eu passei por momentos de alguma humilhação. O que eu sei é que o fato de eu estar lá inibia algumas ações que iam contra o São Paulo", falou à Folha. Como em um quebra-cabeças, o ex-CEO deixou escapar uma das "ações contra o São Paulo". "Você pegar a venda do Boschillia, que é uma verba rara, que não vem a toda hora, e gastar tudo com pagamento de empresário, sem nem tentar negociar, é errado, para falar o mínimo", falou ao UOL. Ele queria implantar um Conselho Gestor que tomaria as principais decisões do clube ao lado do presidente. Defendia a política de produtividade nos salários. Nem pensar em renovar contratos de jogadores caros como Rogério Ceni, Luís Fabiano e Alexandre Pato. Ter no máximo quatro atletas recebendo entre R$ 300 e R$ 400 mil. Cotia teria uma redução de gasto. E poderia até ser sublocada. E ainda tercerizar a administração do Morumbi. Passaria a uma empresa destinada a contratar shows e soluções para adequar o estádio para concorrer com as novas arenas do Palmeiras e do Corinthians. Além disso, encarar a realidade e buscar no mercado patrocinadores dispostos a pagar R$ 20 milhões para estampar sua marca na camisa do São Paulo. Não os R$ 30 milhões que a diretoria exige. Aidar ouviu as ideias. E soube que outras pessoas como Leco também ficou sabendo dos planos do executivo. Sua reação, demissão sumária. Até aí, a situação teria sido absurda.

"Foi algo surreal. Me colocaram em uma sala com oito pessoas. Foi covarde. Eu fui demitido por um assessor de imprensa que, inclusive, falou uma hora que era faixa preta no judô e que se me encontrasse na rua ia me pegar na rua. Coisas de um nível muito baixo. E ninguém retrucou isso, deixaram rolar. E eu ali resolvi ficar mais calado do que qualquer coisa. Eu não ia fazer um escândalo. Eu fiquei na minha, quando me falaram, fui embora." O São Paulo desmente essa versão. Assim como o assessor, Olivério Júnior. Aidar tirou o executivo ofertado por Abílio Diniz sem consultá-lo. O presidente do Conselho Deliberativo, Leco, garante que por trás dessa "quebra de hierarquia", a situação é simples, Abílio não quis colocar dinheiro. Ser o primeiro no plano de arrecadar R$ 100 milhões com torcedores ilustres. "O Abílio Diniz não deu porque não tem confiança. Ele escreve isso de forma amiúde. Hoje, no São Paulo não existe confiança. Existe interesses", acusa Leco. E o presidente do Conselho Deliberativo toca no nome de Cinira Maturana, namorada do presidente, a quem ele queria dar 20% de comissão na contratação do novo material esportivo do clube. Ela parecia ter sido afastada do clube. "Ela não saiu. Continua lá todo dia. O que mudou é que não está mais escrito. Mas continua. Eu me orgulho de haver derrubado esse caso dos 20% e o outro, de 15% da Far East, relativo ao contrato da Under Armour. Comissão em caso especial de um grande negócio eu posso aceitar, desde que não passe de 6%", avisou o presidente do Conselho Deliberativo ao meu amigo Menon. Carlos Miguel contratou o ex-presidente da Penalty, Paulo Ricardo de Oliveira. E sua missão é tentar modernizar o clube. Mas reportando ao dirigente todas as suas ações. E a mais ninguém. Está fora de cogitação qualquer das medidas do CEO de Abílio. Esta situação discutida em público só afasta investidores. Assusta bancos consultados para empréstimos. Patrocinadores passam a pensar mil vezes antes de colocar dinheiro no clube. Ainda mais com essa crise. Há uma única vitória nesta postura de Aidar. A articulação cada vez mais forte da oposição. Ele conseguiu. Já tem a maioria do Conselho Deliberativo contra ele. Administrar o clube será cada vez mais difícil. Quem perde com essa fogueira de vaidades? O São Paulo Futebol Clube...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 16 Sep 2015 16:41:24

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