segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Globo obriga paulistas a verem Corinthians e cariocas o Flamengo. O patrocínio master dos outros clubes some. Desprezado, o São Paulo se desespera. E pensa em 'brinde'. Oferecer a camisa por três meses de graça para quem aceitar pagar por 2016....

Globo obriga paulistas a verem Corinthians e cariocas o Flamengo. O patrocínio master dos outros clubes some. Desprezado, o São Paulo se desespera. E pensa em 'brinde'. Oferecer a camisa por três meses de graça para quem aceitar pagar por 2016....




Abílio Diniz foi muito claro com Carlos Miguel Aidar. Não é possível neste tempo de crise econômica e com o país mergulhado na recessão, sonhar com R$ 30 milhões de patrocínio master. As empresas sabem que o futebol brasileiro está desmoralizado depois da Copa do Mundo. Não querem saber da história grandiosa do São Paulo, com seus seu três títulos mundiais, três Libertadores e seis Brasileiros. O que interessa é visibilidade. E ela vem da televisão. O grande veículo de comunicação do planeta. O ex-dono do Pão de Açúcar sabe o que fala. O Corinthians recebe R$ 30 milhões da Caixa Econômica porque é o clube mais mostrado país pela tevê. Depois de uma negociação que desperdiçou quatro meses, a estatal renovou com o Flamengo até o final deste ano. E pagará R$ 16 milhões, proporcionais aos oito meses. E já avisou que será difícil manter o compromisso em 2016. Eurico Miranda também tem o aviso que precisa correr. A Caixa provavelmente não seguirá pagando R$ 15 milhões no próximo ano. A situação do Santos é emblemática. O clube está sem patrocínio master em sua camisa desde dezembro de 2012! Em 2013, as empresas sabiam que Neymar disputaria só o Paulista. E iria embora para o Barcelona. Viraram as costas para a camisa que Pelé vestiu há dois anos e nove meses. A diretoria admite que não adianta mais pensar neste ano. O CEO indicado por Abílio Diniz procurou Aidar e disse que não haveria sentido insistir em exigir patrocínio master de R$ 30 milhões. O máximo que o São Paulo conseguiria hoje, com toda a sorte do mundo, seria R$ 20 milhões. O argumento fortíssimo são os poucos jogos mostrados na tevê aberta. O departamento de marketing do São Paulo pensa até em apelar. Oferecer esses últimos três meses de patrocínio master de graça. Desde que a empresa feche em 2016. Aidar já até mandou recados que aceita R$ 20 milhões, como o executivo indicado por Abílio implorava. Conselheiros estão revoltados por ter de dar três meses de brinde com a camisa tricolor.

O Palmeiras só fechou acordo com a Crefisa, por alegados R$ 23 milhões, porque Paulo Nobre é amigo íntimo dos donos da empresa. Porque o próprio dirigente reclama que o clube deveria ser mais mostrado pela tevê. A cúpula do Fluminense também se queixa. O clube foi abandonado pela Unimed. Fechou contrato com a Vitton 44. A promessa é que este ano seriam R$ 14 milhões. E, em 2016, R$ 21 milhões. O próprio presidente da Vitton já desistiu da ideia. Se mostra disposto a abandonar o futebol, devido à falta de retorno. A cúpula tricolor também reclama de poucos jogos televisionados. O Botafogo foi abandonado pela Vitton. A grande queixa dos dirigentes dos grandes clubes paulistas e cariocas tem motivo. A tevê aberta privilegia Corinthians e Flamengo. O que era impressão ficou constatado em um levantamento de 2009 até 2014. O número de partidas de cada clube mostrados pela Globo acaba com a questão.

A desproporção não deixa dúvida. O Corinthians teve 204 jogos mostrados ao vivo. Depois, vem o Flamengo, com 175 partidas. O São Paulo, 147. O Vasco, com 107. O Fluminense, 102. Santos, 83. Palmeiras, 79. O Botafogo teve 67. Foram computadas as partidas da Primeira Divisão do Brasileiro. As que os times jogaram pela Série B, não. Por contrato, a Band que apenas subloca os jogos, é obrigada a mostrar as mesmas partidas da Globo. A tendência este ano segue firme. Por contrato com cada clube, a Globo deixa claro. Paga o que considera justa e mostra a partida que desejar. Não há como reclamar legalmente. Embora a audiência costume flutuar, a emissora carioca insiste que mostra os clubes com capacidade média, nestes anos, de manter o seu Ibope mais alto. E ponto final. Não leva em consideração um campeonato que possa servir como exceção. O foco está em corintianos e flamenguistas. Quanto mais partidas mostradas pela tevê aberta, mais exposição dos patrocinadores. Incentivo a surgimento de mais torcedores. Novos patrocinadores, além do master. Mais dinheiro para contratações que fortaleçam o clube. Mais atrativo para os torcedores encherem o estádio e darem ainda mais dinheiro. É uma bola de neve que desequilibra o futebol no Brasil. Endividados, os clubes não têm força para exigir uma mudança. Torcidas protestam. Como a do Santos no final do Paulista. Mas não são levadas em consideração. As diretorias de Corinthians e Flamengo não se manifestam. Só desfrutam o privilégio de serem os clubes mais populares do país. Por isso não há dúvida. A prioridade nos domingos e nas quartas da tevê Globo é certeira. Corinthians em São Paulo. E Flamengo no Rio de Janeiro. A Globo paga, os clubes aceitam. Apenas se queixam pelos cantos quando encaram a realidade. O brinde articulado pelo São Paulo resume a situação...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 21 Sep 2015 09:48:48

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