terça-feira, 15 de setembro de 2015

A pressão pela Libertadores foi muito maior. Desta vez, Net e Sky não cederam. E 88% dos assinantes ficarão sem a Champions League. Não foi o Esporte Interativo quem perdeu. A derrota foi de quem ama futebol...

A pressão pela Libertadores foi muito maior. Desta vez, Net e Sky não cederam. E 88% dos assinantes ficarão sem a Champions League. Não foi o Esporte Interativo quem perdeu. A derrota foi de quem ama futebol...




A lógica é mais simples do que parece. A Libertadores é muito mais importante do que a Champions League. Por um motivo objetivo. Qualquer time grande brasileiro pode ser campeão da maior competição sul-americana. Do maior torneio do mundo, não. Por ser europeu. Embora seja cada vez mais popular o uso de camisa do Barcelona, Bayern, Real Madrid, Juventus pela rua, foi o apelo popular de flamenguista, corintianos, atleticanos, são paulinos, colorados, gremistas, cruzeirenses e tantos outros que ajudar a Fox Sports a entrar na Net e na Sky. Além da disposição da Fox em negociar com a Globosat. Dividir os direitos de exclusividade de Libertadores. Só assim o cenário mudou em 2014. E aflitos 88% de assinantes de tevê a cabo puderam acompanhar o campeonato. Não ficou restrito a operadoras menores como OI, GVT, TV Alphaville e outras operadoras locais. Lógico que com o Sportv, canal a cabo da Globo, também mostrando os jogos.

A cúpula do Esporte Interativo não quis repartir o bolo. De jeito algum. A empresa hoje é de propriedade da Turner. Foi o dinheiro do conglomerado norte-americano que conquistou a desejada Champions League. A UEFA queria 140 milhões de dólares pela transmissão a cabo, cerca de R$ 534 milhões. pelo torneio para o Brasil. A ESPN que o sublocava ao Sportv ofereceu 100 milhões, cerca de R$ 381 milhões. mas a oferta cheia da Turner surpreendeu a todos. E conseguiu o torneio por três anos. Depois de 20 anos, a ESPN ficaria sem a competição. O Esporte Interativo contratou Zico e Rivellino como comentaristas. E em campanhas publicitárias prometeu transmitir todos os jogos ao vivo. Logo se imaginou a invasão de partidas nos canais a cabo. Afinal, na fase de grupos, que começa hoje, são seis partidas na terça-feira. E outras seis na quarta-feira. Só que a Net e a Sky foram refratárias ao Esporte Interativo. Não aceitaram colocar a emissora nas suas grades de programação. Não houve negociação. A Turner não quis nem ouvir falar em sublocar a Champions com o Sportv ou ESPN. A força da Globosat nas principais operadoras do Brasil é imensa. A Fox Sports só conseguiu chegar a 100% dos assinantes quando repartiu a Libertadores. A Turner fez campanhas publicitárias em revistas, jornais. Seus funcionários deram entrevistas. Incentivaram os assinantes a repetirem as campanhas que fizeram pela Libertadores, pela Fox Sports em 2014. Só que houve duas mudanças. A primeira foi na força dos interessados. Muito menor do que há dois anos. Os torcedores de clubes populares brasileiros são mais organizados, há torcidas uniformizadas, patrocinadores nacionais. Todos interessados.

O outro motivo foi que as grandes operadoras já esperavam essa pressão. Aprenderam com a Libertadores. E souberam se manter tranquilas. Não atenderam os inúmeros pedidos de entrevistas. Não discutiram a questão em público. Foi a tática cruel, mas eficiente. A Turner buscou outras saídas, como comprar o canal Bandsports. Mas a Band acabou não aceitando para não romper com a Globo. A emissora carioca tem parceria com a paulista há décadas. O Esporte Interativo espera que a legislação brasileira a ajude. A Sky retirou de sua programação o canal Sports+. Quando isso ocorre, um novo canal esportivo deveria tomar o lugar na operadora. É isso que o EI alega. Mas não a Sky não aceita. O resultado prático é que 88% dos assinantes já não viram os playoffs da Champions. E não acompanharão já a primeira rodada de grupos, que acontece hoje. PSG e Malmö, Real Madrid e Shakthar, Wolfsburg e CSK, PSV e Manchester United, Galatasaray e Atlético de Madrid, Benfica e Astana, Borussia e Juventus, Sevilla e Juventus. E não há a menor previsão de acordo. É um golpe e tanto para o torcedor brasileiro.

A transmissão ficou assim. O Esporte Interativo mostra os jogos na TV fechada. Apenas dois. Um no canal EI Maxx e outro no EI Maxx 2. Para abranger a totalidade das 145 partidas do torneio, a Turner apelou para a plataforma digital El Plus. Na tevê aberta, a Bandeirantes tem o direito de mostrar uma ou duas partidas por semana. Hoje, por exemplo, não mostrará nenhum. Mas amanhã transmitirá Roma e Barcelona. A Globo só começará a mostrar o campeonato nas oitavas de final, em dezembro. O site da Globo mostrará ao vivo 25 jogos, um por semana. A Turner garante que não usará os canais Space e TNT, que estão nas grades da Net e da Sky, para mostrar os jogos. Criou os canais El Maxx para isso. A situação é cruel. E tudo indica que se o Esporte Interativo não ceder e sublocar a Champions, 88% dos assinantes ficarão sem acompanhar o torneio mais importante do mundo. As reclamações dos internautas chegaram à UEFA. A situação é ruim para todos os envolvidos. Principalmente para quem quer ter o direito de ver o melhor futebol do planeta. Acompanhar Messi, Cristiano Ronaldo, Robben, Neymar, Iniesta, Ibrahmovic e tantos outros. Aprender com Guardiola, Mourinho, Rafael Benítez, Diego Simeone, Luiz Enrique, Van Gaal... Barcelona, Bayern, Real Madrid, Juventus, Atlético de Madrid, PSG, Chelsea, Porto, Zenit. Tantos estilos, estratégias, talento misturados. Nada disso para 88%, 16 milhões de pessoas que pagam para ter canais a cabo. Depois de 20 anos com acesso a essas imagens. A sensação de vazio para quem ama futebol não é por acaso...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 Sep 2015 08:35:23

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