"Nessa altura do campeonato não pode tirar jogo do Maraca, erraram feio." A queixa foi feita por Leandro, lateral direito da Seleção de 1982, e ídolo do Flamengo, no twitter. A reclamação veio depois da decepcionante derrota por 2 a 0 para o Coritiba, ontem em Brasília. O resultado brecou a estonteante reviravolta rubro negra no Brasileiro. Eram seis vitórias consecutivas. Diante do fraco potencial do adversário, a certeza que Mané Garrincha estaria lotado, a diretoria do Flamengo aceitou a proposta feita pela R7, empresa do ex-jogador Roni. Em vez de atuar no Maracanã, o clube iria jogar em Brasília. Recebeu por isso R$ 950 mil de cota fixa e mais R$ 15,00 dos ingressos, a partir de 30 mil vendidos. Todos os 67 mil ingressos foram vendidos. O clube carioca arrecadou R$ 1,5 milhão. E o Coritiba, para concordar com a mudança, embolsou R$ 120 mil. Mas a mudança de cenário foi caótica para o time. Pressionada pelo apoio maciço dos torcedores que proporcionaram o maior público do Brasileiro, a equipe de Oswaldo de Oliveira fracassou. O Flamengo mostrou imaturidade, falta de preparo psicológico. Foi surpreendido por um Coritiba muito tranquilo, marcando a saída de bola carioca. Ney Franco sabia dos defeitos do rival, principalmente da fraca zaga. O penalti de Pará aos oito minutos do primeiro tempo e o gol de Kleber transformou a partida em um caldeirão. O time paranaense seguiu consciente, enquanto o carioca, desesperado. Até o golpe final, o gol de Henrique. A derrota fez com que o Flamengo seguisse com 41 pontos, em quinto lugar. Se tivesse vencido a partida, estaria na quarta colocação, com 44 pontos. Domingo terá o confronto com o Atlético Mineiro no Independência. O clima de euforia foi travado.
O que parecia ser um ótimo negócio, foi péssimo. Um simples levantamento mostra que vender o mando de campo não se justifica. Não esportivamente. Flamengo 0 x 2 Coritiba, Brasília; Flamengo 3 x 0 Avaí, Natal; Vasco 0 x 4 São Paulo, Brasília; Ponte Preta 0 x 2 Palmeiras, Cuiabá; Vasco 1 x Flamengo 0, Cuiabá; Atlético Mineiro 4 x 1 Fluminense, Brasília; e Cruzeiro 0 x 1 Corinthians. Estes foram os jogos vendidos no Brasileiro de 2015. Os jogadores detestam ter de viajar, encontrar um gramado que não estão habituados a atuar. E com a pressão da vitória, já que estão atuando diante de torcedores que não mantêm contato constante com o time. A diretoria do Flamengo está fazendo um trabalho insano para pagar duas dívidas. Uma profunda auditoria feita em 2013 mostrou R$ 750 milhões em dívidas. A meta ao final deste ano é dever "apenas" meio bilhão de reais. O sonho da diretoria é, em 2018, dever R$ 200 milhões. E pensar a sério na construção de sua arena. Por isso, os dirigentes cederam à tentação e venderam o mando contra o Coritiba. Até o final do Brasileiro, o Flamengo tem como mandante as partidas contra o Vasco, Joinville, Internacional, Goiás, Ponte Preta e Palmeiras. Oswaldo de Oliveira e os jogadores não querem que os dirigentes vendam mais mandos e os confrontos aconteçam no Maracanã.
Goiás e Ponte Preta seriam jogos que poderiam ser levado para longe do Maracanã. Mas Eduardo Bandeira de Mello está pressionado. A lição contra o Coritiba foi dolorida demais. E pode ter reflexo na classificação final. Três pontos que podem fazer muita falta. O objetivo final é uma vaga à Libertadores. Ficar entre os quatro primeiros. Pela disposição de Bandeira de Mello, acabou a venda de mando. O clube vai decidir sua sorte no Brasileiro no campo que os jogadores amam. Assim como Oswaldo de Oliveira. O Maracanã...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Sep 2015 12:43:02
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