quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Prefeito de Presidente Prudente invade campo. Xinga, ameaça de morte árbitro. Em 2014, fez a mesma coisa. E nada aconteceu. Este é um pequeno resumo da impunidade neste país...

Prefeito de Presidente Prudente invade campo. Xinga, ameaça de morte árbitro. Em 2014, fez a mesma coisa. E nada aconteceu. Este é um pequeno resumo da impunidade neste país...




"Ao término da partida o prefeito da cidade de Presidente Prudente se dirigiu ao vestiário da arbitragem e parado de frente à porta do vestiário que estava aberta proferiu as seguintes palavras: "Eu quero falar com o bosta do assistente Rafael que jogou o projeto de uma cidade no lixo, e não vou sair daqui sem falar com esse bosta, porque eu sou o prefeito da cidade e ele não pode vir aqui e fazer o que ele fez e sair como se nada tivesse acontecido, são pessoas como vocês que afundam o futebol, por isso que a federação paulista está do jeito que está, eu sou inimigo declarado da federação paulista de futebol e pode falar lá que vou que sou oposição ao Marco Polo Del Nero que está acabando com o futebol do interior." "Neste momento eu me dirigi à porta do vestiário, e o avisei que iria fechá-la para continuarmos realizando o nosso trabalho. Ao deixarmos o vestiário da arbitragem e nos dirigirmos ao estacionamento para pegar o carro da FPF, e durante todo este trajeto o prefeito da cidade Sr. Milton Carlos de Mello, vulgo "Tupã", juntamente com o seu filho e o presidente do Grêmio Prudente, Sr. José Bueno Fernandes Neto, provocavam e insultavam o assistente nro 2 Sr. Rafael César Fernandes, onde o prefeito proferiu as seguintes palavras: "Tá contente...tá contente, seu vagabundo, sem vergonha, filha de uma puta, você tinha que ter vergonha na sua cara pra poder fazer isso seu filho da puta, seu filho nasceu esse ano e você tinha que ter vergonha de ser ladrão deste jeito seu cuzão, seu bosta, vagabundo, você é um bundão e seu nome já está na mão do Reinaldo, sabe porque, porque você acabou com o projeto de uma cidade, seu bosta, seu merda", enquanto isso o filho do prefeito proferia as seguintes palavras em posse de um celular em suas mãos: "Você vai morrer seu filho da puta, estou vendo aqui seu filho de uma puta covarde, que você tem filho e tem esposa, teve filho agora né seu cuzão, você não merece ter filho e ter esposa seu ladrão, você é um bosta, volta pra sua casa agora desse jeito seu filha da puta, seu filho não merecia ter nascido de você e sua mulher deve estar com outro agora seu bosta."

"E o presidente do clube também se dirigindo ao assistente número 2 proferia as seguintes palavras: "Você já veio aqui mal intencionados seu vagabundo, já liguei para o Reinaldo e o Coronel. Marinho pra falar da merda que você fez aqui hoje, você ta deixando 50 pessoas desempregadas seu cuzão, e o Coronell. Marinho vai até Santos no Jabaquara e não tem coragem de vir aqui". "Ao colocar as malas no porta-malas do carro da FPF que conduzia a equipe de arbitragem o prefeito continuou com as ofensas ao Sr. Rafael Cesar Fernandes, falando muito próximo ao seu rosto com o dedo em riste proferia as seguintes palavras: "Seu bosta, seu bosta, seu monte de merda, você acabou com o projeto de uma cidade, seu monte de merda", quando o assistente já estava dentro do carro ele tentou forçosamente abrir a porta que estava travada, proferindo as seguintes palavras: "Você não é machão, sai aqui fora seu machão, bundão do caralho, você acabou com o projeto seu monte de bosta, filho da puta", foi no momento que entrei dentro do carro e saímos do estádio. "Relato ainda que durante todo o assédio do prefeito, do seu filho e do presidente do Grêmio Prudente ao Sr. Rafael César Fernandes, não revidou com palavras ou gestos, se mantendo todo o tempo em silêncio durante as agressões verbais recebidas e o policiamento atuou de forma muito passiva não contendo em nenhum momento a ação dos mesmos." Esta é a crua realidade do futebol brasileiro. Sem reticências, com cada triste palavrão exposto como deve ser. Mostrando toda truculência, humilhação e até ameaça de morte que sofreu o árbitro Magno de Sousa Lima Neto e o auxiliar Rafael César Fernandes. E quem fez essas ameaças? O prefeito de Presidente Prudente, Milton Carlos de Mello, do PTB. Ele, seu filho e o presidente do Grêmio Prudente tiveram toda a facilidade para ficar na porta do vestiário dos árbitros após o empate entre Grêmio Prudente e Assisense em 1 a 1. A partida foi no sábado e valeu pelo Campeonato Paulista da Segunda Divisão, que corresponde, na verdade, à Quarta Divisão. O relato absurdo do que aconteceu está na súmula do juiz. Magno de Souza teve a coragem de relatar o que muitos árbitros teriam medo. Mostrou ao Brasil o que é capaz de fazer um prefeito, um político deste país com tantos problemas. A situação fica ainda mais constrangedora porque no ano passado, o mesmo prefeito fez a mesma coisa. O Grêmio Prudente havia perdido para o Olimpia por 3 a 2. O árbitro José Cláudio Rocha relata o que aconteceu no dia 15 de outubro de 2014.

O que aconteceu com a primeira invasão de campo do prefeito? Nada. Vale a pena reproduzir a desculpa dada pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Presidente Prudente. "O prefeito agiu como torcedor e agiria assim em qualquer partida de qualquer modalidade esportiva se percebesse atitude desonesta contra uma equipe da cidade." A assessoria de imprensa da Prefeitura de Presidente Prudente voltou a agir na segunda invasão. Desta vez em nota oficial. "O prefeito é um torcedor fervoroso do Grêmio Prudente e protestou por eventuais erros da arbitragem que culminaram no resultado desfavorável ao time local, o que é normal para quem é apaixonado por futebol." A Federação Paulista de Futebol promete julgar o caso na segunda-feira no Tribunal de Justiça Desportiva. A expectativa é que seja tão "rígida" quanto foi diante da invasão de outubro passado. A FPF mostrou sua indignação, sua independência. E que não se dobra diante de prefeito algum. O que vale é a lisura do futebol. Não deixaria passar em branco um ato tão agressivo. Não no estado mais rico e desenvolvido do Brasil. Sem dó, aplicou rígida e inesquecível pena. Perda de mando de um jogo para o Grêmio Prudente. Será que é difícil entender por que o prefeito fez a mesma coisa? Melhor seria a FPF construir uma escada rolante. Entre a tribuna e o gramado. Ficaria mais fácil para o político ameaçar os árbitros. Já que está claro que ele vai continuar. Pelo menos o prefeito não se cansaria descendo as escadas. E teria mais fôlego para os palavrões...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 16 Sep 2015 03:00:17

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